Ciente da situação pandémica, o mentor dos Sirenia, Morten Veland, não baixa os braços. Com as expectativas a não serem nada...
Foto: Richelle ter Heege

Ciente da situação pandémica, o mentor dos Sirenia, Morten Veland, não baixa os braços. Com as expectativas a não serem nada altas, a banda norueguesa de symphonic metal tem em “Riddles, Ruins & Revelations” a sua nova proposta discográfica, que abre caminho para a celebração do 20º aniversário.

«Esperamos poder fazer algo especial lá para o final do ano, para podermos celebrar o aniversário com os fãs.»

Morten Veland

Com este novo ano, vem à mente uma pergunta inevitável: como sentiram o efeito da pandemia no desenvolvimento deste álbum e na vossa carreira, sobretudo em termos de concertos?
O processo de composição correu muito bem desta vez. Foi no final de Março [de 2020], quando estávamos prestes a gravar o novo álbum, que as coisas começaram a ficar complicadas. Apenas alguns dias antes da Emmanuelle [Zoldan] viajar para a Noruega, para gravar as vozes, a pandemia atacou a Europa em força. As restrições nas viagens surgiram e o voo dela foi cancelado novamente. Remarcávamos várias vezes mas era sempre cancelado. Foi apenas em meados do ano que ela conseguiu entrar na Noruega para fazer as gravações. Depois do início da pandemia, foi muito difícil fazer quaisquer planos, não sabíamos o que iria acontecer nas semanas seguintes – portanto, foi desafiante adaptar-nos à situação. No fim, o álbum foi adiado uns seis meses. Ganhar a vida com a música é extremamente difícil actualmente, mas, com a pandemia, é impossível. Esta situação é realmente devastadora para os artistas. Todos os nossos concertos para 2020 e 2021 foram cancelados ou adiados. Não sabemos quando vamos voltar à estrada, mas esperemos que lá para o final do ano, talvez após o Verão.

Como é que o novo contexto influenciou o conceito do álbum? Esta toada electrónica com toques de sonoridades pesadas será o futuro do vosso metal sinfónico/gótico?
Julgo que a pandemia não influenciou muito o conceito. A maior parte das faixas já estava terminada quando a pandemia se generalizou. Foi mais o processo de gravação que foi afectado, nas coisas mais práticas. Os elementos electrónicos sempre fizeram parte desde o primeiro álbum, há 19 anos. Julgo que farão sempre parte da nossa música até certa medida. Em certos álbuns têm um papel mais pequeno, noutros um papel mais relevante.

O conceito é sempre algo difícil de descrever ou até de caracterizar, mas, pessoalmente, os vossos álbuns sempre tiveram música influenciada por um conceito, que claramente eleva a qualidade da música. Considerariam este o vosso álbum mais emotivo até ao momento, já que o sentimento é de sofrimento, ainda maior do que antes?
Acho mesmo que este álbum acarreta muitas emoções. Tem várias atmosferas, tal como deve ser um álbum de Sirenia. Também penso que a actual formação é a ideal para a banda, contando com o contributo de todos que puxam para o mesmo lado.

O desempenho da banda é, como sempre, fantástico. “Riddles, Ruins & Revelations” é um dos discos mais versáteis que já produziram. Será este o início perfeito para o vosso 20º aniversário?
Estamos muito contentes com o resultado do álbum. Achamos que o material é muito forte e que conseguimos criar um álbum moderno e refrescante. Fizemos muitos planos para o 20º aniversário, mas a maioria não irá acontecer devido à situação actual. Esperamos poder fazer algo especial lá para o final do ano, para podermos celebrar o aniversário com os fãs.

Qual foi a principal mensagem que quiseram transmitir ao público com este novo álbum?
Não temos uma mensagem específica. As nossas músicas baseiam-se mais na descrição de certos estados de espírito, emoções e atmosferas.

Quais são as vossas expectativas para 2021? Que efeitos poderá ter esta situação no sucesso do álbum e na sua promoção?
Sinceramente, as minhas expectativas para este ano são muito baixas. Acharia um grande sucesso se conseguirmos partir em digressão no final do ano. Não podemos esperar pela promoção em concertos – para já, parece que temos de nos focar noutros tipos de promoção para que os fãs possam ouvir a nossa música.