Ignea “The Realms of Fire and Death”
Reviews 13 de Abril, 2020 Diogo Ferreira
Editora: independente
Data de lançamento: 17.04.2020
Género: modern metal
Nota: 3.5/5
“The Realms of Fire and Death” possui uma dinâmica inteligente que alterna secções mais luzidias com outras muito brutais, preservando sempre um sentido de melodia longitudinal.
Cada vez mais conhecidos fora do seu país natal, a Ucrânia, fazer um álbum com fogo como elemento principal era uma questão de tempo para os Ignea, especialmente se tivermos em conta o nome da banda. Assim, “The Realms of Fire and Death” está dividido em três histórias com as chamas a lavrarem todo o conceito lírico.
Na primeira história temos uma rainha que vive enfeitiçada por uma profecia que prevê que será morta por um gémeo e, por isso, instaurará um reinado de terror, em que domina a crueldade e o fogo. Seguidamente, um homem, que ficou louco quando a sua companheira morreu, imola-se. A última parte tem a ver com os deuses do fogo de diferentes culturas, que oferecem à humanidade esse poder que será destruidor.
Musicalmente, os Ignea mantêm uma criatividade rica, modificando até alguns métodos para apresentarem uma nova abordagem. Ainda que o metal moderno e as influências orientais continuem a existir (“Queen Dies”), a orquestração anteriormente utilizada é muitas vezes substituída por arranjos electrónicos, como se pode ouvir em “Чорне Полум’я” através de artefactos sonoros que nos remetem ao breakcore. Já “Out of My Head” inclui noções de djent. Mais à frente, “Too Late To Be Born” dá-nos uns Ignea muito furiosos a encostarem-se a ambientes black/death metal para, seguidamente, oferecerem a balada “What For”.
Ainda que seja um disco coeso, bem executado e muitíssimo bem produzido, cremos que as melhores composições se situam no final, com “Jinnslammer” e “Disenchantment”, devido à riqueza cativante com que encerram o álbum, tanto por causa dos teclados cintilantes e modernos como à custa de refrãos orelhudos que provam que Helle Bogdanova evoluiu bastante ao longo dos seus anos de actividade enquanto vocalista, misturando berros e voz limpa.
Para além do elogio que aqui deixamos à vocalista, referir por fim que “The Realms of Fire and Death” possui uma dinâmica inteligente que alterna secções mais luzidias com outras muito brutais, preservando sempre um sentido de melodia longitudinal.

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