River of Souls “Usurper”
Reviews 7 de Maio, 2020 Filipe Pinto


Editora: independente
Data de lançamento: 15.05.2020
Género: death/doom metal
Nota: 4/5
“Usurper” é um bom trabalho, sem medos, com a banda a tocar em vários quadrantes, integrando-os na sua matriz sonora.
Quem escutou “Prometheus Unbound” deve ter ficado com a nítida sensação que os River Of Souls estavam diferentes, mais focados e, ao mesmo tempo, mais expansivos, face aos trabalhos anteriores. Se “The Well Of Urd”, o álbum de estreia, e o EP que lhe seguiu, “The Nihilist”, continham boas ideias mas que se diluíam à medida que os temas avançavam, ou seja, pareciam perder alguma objectividade – a única excepção era “The Norn’s Chant” com um ligeiro piscar de olho ao prog –, podemos ter uma agradável surpresa ao dar uma chance a este “Usurper”.
Que ninguém esteja à espera da reinvenção da roda, mas não há como negar a elevada qualidade de “Of Pit And Snare” com a sua toada quase a roçar o mid-tempo, a abrir caminho para o que vem aí e a suportar um conjunto de riffs bastante agradáveis, daqueles que ficam na cabeça um bom tempo após o término do álbum. Ou então, o início do tema-título que avança de rédea solta, como se estivéssemos a ouvir uns larápios da cena de Gotemburgo a apropriarem-se dessa fórmula. Mas não, há um tropeção e caem no caldeirão dos Swallow The Sun e sacam uma das mais belas peças ao longo dos 48 minutos.
Por alturas de “A Spirit’s Weight” já pensamos no porquê deste trabalho ainda ser lançado a expensas próprias, e “Fateweaver” é o estaladão final, que nos mostra um colectivo em excelente forma, em que as peças encaixam de forma eficaz, evidenciando um aturado processo de composição sem receios de abraçar novas sonoridades. E palavras para quê? Um instrumental que caiu ali que nem ginjas. “The Tightening” atinge uma certa proporção épica com os solos e o trabalho de guitarras inicial, desembocando em algo que, lá está, nos leva de novo para as ondas navegadas pelos Swallow The Sun mas também aqui e ali a fazer lembrar os Saturnus, entrelaçado com variações rítmicas e alguns solos bem conseguidos. Adequado para o fecho das hostilidades, visto que “Aftermath”, com a sua doce melodia, acrescenta conforto depois desta experiência sonora.
“Usurper” é um bom trabalho, sem medos, com a banda a tocar em vários quadrantes, integrando-os na sua matriz sonora. É um grande salto qualitativo face a tudo o que fizeram no passado e, apesar de aflorar à mente esta ou aquela banda como ponto de referência, podemos tomar como certo que os River Of Souls encontraram um espaço em que se sentem confortáveis – estão a construir o seu som, a sua identidade. E isso só pode ser um bom augúrio.
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