Com um doom metal arrastado e com um aroma fuzz, os Malsten contam uma história de terror à volta de um moinho assombrado -...

Origem: Suécia
Género: doom metal
Último lançamento: “The Haunting of Silvåkra Mill” (2020)
Editora: Interstellar Smoke Records
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Com um doom metal arrastado e com um aroma fuzz, os Malsten contam uma história de terror à volta de um moinho assombrado – malícia, fome, fúria e tristeza são os ingredientes.

«“The Haunting of Silvåkra Mill” oferece ao ouvinte uma experiência que instiga e inspira.»

O álbum: «A nossa ambição era criar um álbum conceptual de doom lento e pesado que tivesse uma profundidade considerável, tanto musical como lírica. Um álbum que captasse o peso sonoro implacável de Malsten e que conseguisse transmitir a história de terror por detrás da nossa música. Tanto quanto as nossas habilidades e recursos nos permitiram, e com o incrível talento do produtor/engenheiro Joakim Lindberg do Studio Sickan, acreditamos que tivemos sucesso nessas ambições mais do que poderíamos esperar.
“The Haunting of Silvåkra Mill” oferece ao ouvinte uma experiência que instiga e inspira. Uma viagem por uma história de terror guiada por estranhas vozes narrativas, riffs repletos de fuzz e uma secção de ritmo lenta. O álbum apresenta riffs familiares ao doom, mas com arranjos mais progressivos. À medida que te familiarizas com a história, as melodias melancólicas e poderosas causarão arrepios na espinha cada vez que ouves “The Haunting of Silvåkra Mill”.»

Conceito: «A história passa-se numa pequena paróquia rural no sul da Suécia, na viragem do Séc. XX. Uma época em que a velha estrutura social supersticiosa e temente a deus começou lentamente a dar lugar à era moderna.
O álbum conta a história de desaparecimentos misteriosos na paróquia de Silvåkra entre os anos 1900 a 1907. Centrando-se nos acontecimentos que ocorreram à volta de um dos maiores moinhos da paróquia, a história é feita de malícia, fome, fúria e tristeza.
O álbum contém quatro capítulos inspirados pelo despertar do mal no moinho de Silvåkra e pelos actos vis cometidos ali. A história é narrada a partir da perspectiva das vítimas, do moleiro possuído e de Mortimer Aghardt, um vigário angustiado que tenta desesperadamente chegar a um acordo com o terror inexorável.
Primeiro, convencido de que os desaparecimentos são causados pela emigração não-autorizada, Aghardt ordena que um censo seja feito em todas as congregações próximas da paróquia de Silvåkra. Contudo, antes mesmo do primeiro censo ser feito, tanto as autoridades mundanas como as sagradas recebem relatos de crianças desaparecidas, tiradas de pais sem aviso em momentos de negligência. Certamente, será que isto não pode ser explicado devido à desobediência oportunista dos paroquianos de ânimo mais fraco?
E temos também as estranhas sensações que emanam do velho moinho na colina árida. Visões, sons, cheiros e gritos fracos ao vento. Um mal sem nome atrai Aghardt ao moinho, de onde ninguém o viu à luz do dia durante pelo menos uma década.»

Influências: «A música de Malsten é inspirada por uma ampla paleta de influências. Todos partilhamos o amor por todas as coisas lentas, pesadas e majestosas, mas, fora isso, vimos de origens musicais muito diferentes.
O Fredrik (guitarra) é provavelmente o mais fundamentado em doom / stoner / sludge moderno, com bandas como Slomatics e Ufomammut a serem grande inspiração. Mas ele também é um totalmente submerso fanático por Tool, o que o faz apreciar os elementos progressivos da criação musical.
O Andreas (baixo e sintetizadores) tem mais experiência em death e black metal, com as bandas de death metal da velha-guarda sueca, como Dismember, ou os mentores do black metal, como Satyricon, a serem as maiores influências. Ele também se inspira na música clássica e teatral em grande dose.
O Stefan (bateria) tem um ouvido largo para todas as coisas arrojadas e progressivas, mas sempre com uma atitude crua. Ele obtém inspiração de bandas como Melvins e TAD. É um baterista poderoso e podemos sempre contar com ele para uma expressão dinâmica e ideias para arranjos fora-da-caixa.
Estranhamente, o Manne (vocalista) tem experiência em música folk e estilos descontraídos semelhantes. É difícil imaginar quando testemunhas a sua voz elevada e poderosa. O Manne também se inspira muito na música electrónica, como Dance with the Dead.
Mesmo armados com esta paleta ampla e versátil de influências, a marca singular de doom em Malsten ainda é surpreendentemente directa, com um toque natural ou mesmo punk. O que realmente diferencia Malsten da maioria das outras bandas dentro dos géneros doom é o foco na narrativa e no conceito das histórias de terror. A adição de elementos progressivos e teatrais e melodias melancólicas adiciona uma nova dimensão ao som de Malsten, tornando-nos interessantes e inspiradores, mas sem sacrificar o peso e o fuzz por um segundo que seja.»

Review: Lentamente cadenciado, este projecto sueco tem uma história misteriosa como contexto para executar o seu doom metal sujo e em downtuned que, mesmo assim, não esconde totalmente a linha mais melódica proveniente de uma voz hábil em evidenciar uma grande dose de condenação. Para se digerir com calma, a faixa “Immolation” é uma boa amostra do que os Malsten pretendem fazer quanto ao doom metal que executam, que é arrastado, pesado, pesaroso e com uma inclinação para a inquietude.

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