No seu todo, "Phantasma" acaba por ser uma agradável viagem pelas mais variadas galáxias do universo do rock pedrado. Fantástico. Lowburn “Phantasma”

Editora: Argonauta Records
Data de lançamento: 25.10.2019
Género: stoner rock
Nota: 4/5

“Phantasma” é o segundo longa-duração dos Lowburn, editado pelo selo italiano Argonauta Records. Este projecto finlandês de stoner/doom foi fundado em 2012 por dois elementos dos Battlelore, banda que interrompeu uma carreira iniciada em 1999 apesar do sucesso que conquistaram dentro e fora de portas. São eles, o baterista Henkka Vahvanen e o vocalista/guitarrista Tomi Mykkänen, dois veteranos da comunidade metálica cujo percurso e perícia lhes permite agora apresentar um registo de alguma complexidade sob uma forma exemplar e bem estruturada.

“Phantasma” é um álbum surpreendente com uma atmosfera pesadíssima do início ao fim, sustentada por uma furiosa interpretação vocal, riffs anfetaminados e vertiginosos, e uma secção rítmica avassaladora. Esta criação dos Lowburn exibe oito composições de grande densidade, coesão e conteúdos diversificados, marcadas pelo brilhantismo dos solos de guitarra ao estilo de nomes consagrados do heavy metal e hard rock dos primórdios da música pesada, como Black Sabbath, Blue Cheer, entre outros.

Mais doomy do que trippy, apesar de algumas incursões por territórios space e acid rock, ou mesmo prog, a sonoridade dos Lowburn alimenta-se igualmente, em 2019, de uma eficaz combinação entre o fuzz e a fusão do doom com elementos retirados do funk, do psicadelismo ou até do grunge. É também graças a esta pluralidade que o “Phantasma” se distingue e acrescenta valor à região demarcada desta terceira vaga de stoner rock.

Para além de “My Doom Dealer” e “Cloud Valley”, dois dos singles de apresentação já divulgados, o álbum regista um animado e curioso alinhamento, fluindo como uma longa sessão de jamming bem dopada. Destacam-se ainda dois momentos: o primeiro com a passagem subtil de “Cloud Valley” para a faixa que se lhe segue, “Walking on Thirds”, fundindo os dois temas num só com cerca de dez minutos; e a última parte do álbum, composta pelos temas “Urban Funk Campaign” e “Hypnopomp”, que se complementam numa autêntica jam a ultrapassar os doze minutos. Estes dois momentos, somados os minutos, são responsáveis por uma metade do álbum – a metade mais ácida. “Freaks”, “Song of a Preacher Man” e “Ghosts” compõem o restante alinhamento de uma forma não menos interessante, talvez mais convencional e próxima da estrutura heavy rock & cosmic blues.

No seu todo, “Phantasma” acaba por ser uma agradável viagem pelas mais variadas galáxias do universo do rock pedrado. Fantástico.

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