Ingested “Where Only Gods May Tread”
Reviews 13 de Agosto, 2020 Metal Hammer
Editora: Unique Leader
Data de lançamento: 14.08.2020
Género: death metal
Nota: 3.5/5
“Where Only Gods May Tread” é um disco que se distancia claramente da resma dos tais milhões de bandas.
Catorze anos passados sobre a sua formação, os Ingested continuam a dedicar-se ao seu ofício – o slam death metal. Antes considerados uma das maiores promessas do death metal inglês, bem como um dos nomes de ponta do género, meteram mãos à obra e têm lançado registos de qualidade com regularidade. Actualmente, é o mesmo que dizer: mais uma banda igual a milhões de outras bandas. Embora o slam ainda se encontre de boa saúde, é pouco realista pensar que não se trata de uma moda que tem os dias contados. Claro que existirá sempre uma base fiel e claro que continuarão a sair bons discos, mas a sobre-exposição e a massificação de tudo e mais alguma coisa que ocorre no presente acabou por criar uma quantidade pouco saudável de redundância. Assim, mesmo estando num patamar um pouco acima da típica banda de slam, mas muito abaixo de nomes incontornáveis como Suffocation, os Ingested necessitam de estar sempre um passo à frente da competição e “Where Only Gods May Tread” não é exactamente um disco que se distancie a passadas largas dela.
Não há nada mais importante do que as guitarras no slam, ponto. São elas que criam aquela sensação de peso absurdo e marcam o ritmo de todos os outros instrumentos, voz incluída. Cientes disto, os Ingested conseguiram obter a pior produção de toda a sua carreira, com voz e bateria excessivamente altas, tanto que obrigam as guitarras a passarem para segundo plano. É preferível ser explícito neste caso: o pedal duplo abafa o som das guitarras sem dificuldade, está assim tão alto. As seis cordas ouvem-se lá ao fundo, como se estivessem de saída de fim-de-semana, algo incompreensível para este estilo. Quando se ouvem como devem, soam bem.
A banda compensa de outras formas quando adiciona alguns elementos atmosféricos, como teclados (“Impending Dominance”), quando cria temas de qualidade, quando cada membro dá a entender que está a dar o melhor de si (“Another Breath”) e, até, quando finalmente ouvimos um riff digno de nota para lhe chamarmos slam death metal da primeira liga (“Black Pill”). No entanto, é o mesmo que compensar a perda de um quilo de ouro com um quilo de prata – não chega e não faz sentido. Fora a produção escusadamente alta, “Where Only Gods May Tread” é um disco que se distancia claramente da resma dos tais milhões de bandas, com músicas de elevada mestria técnica e melodia (“Leap Of The Faithless”) e uma sensação geral de ser um bom disco. Para uma banda da segunda liga, tudo isto seria uma vitória e, até, sinal de evolução. No caso dos Ingested, é um bom disco, sim, mas que deixa um amargo na boca por sabermos que os ingleses conseguem dar tanto mais do que o que aqui ouvimos.
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