Arabs in Aspic “Madness and Magic”
Reviews 14 de Junho, 2020 Metal Hammer
Editora: Karisma Records
Data de lançamento: 12.06.2020
Género: prog rock
Nota: 4/5
Os Arabs in Aspic inscrevem o seu nome entre os parentes do prog com um álbum suficientemente enigmático para despertar o fascínio pela loucura e pela magia que habita regularmente na imaginação dum público tão exclusivo e dedicado como o dos indefectíveis seguidores deste género musical.
“Madness and Magic” é o sétimo álbum dos noruegueses Arabs in Aspic, um grupo norueguês que se inspira no proto-hardrock e rock progressivo dos anos 1970 composto por Jostein Smeby (voz, guitarra), Stig Jorgensen (voz, órgão), Erik Paulsen (baixo, voz) e pelos percussionistas Eskil Nyhus e Alessandro G. Elide. “Madness and Magic” mostra o seu lado mais acústico e uma componente lírica que reflecte a forma como a era digital está a afectar tanto as crianças como os adultos nos dias de hoje, expondo as nossas inseguranças, vulnerabilidades e a total dependência das novas tecnologias a que nos rendemos.
Na abertura do álbum, em linha com o aspecto conceptual inerente, o tema “I Vow to Thee, My Screen” começa por desvendar a atmosfera de “Welcome to the Machine”, dos Pink Floyd, e prossegue guiado pela guitarra acústica e por teclados reminiscentes de King Crimson até que a voz se revela por entre as diversas e subtis variações de padrões rítmicos que servem de acompanhamento às melodias ondulantes dos sintetizadores. Seguem-se duas faixas intituladas “Lullaby for Modern Kids, Pt. 1” e “Lullaby for Modern Kids, Pt. 2”, em que a primeira se serve de um discurso dramático e teatral para criar um clima ameaçador num registo muito próximo dos Genesis e, de seguida, deixar que todos os instrumentos evoluam para se fundirem no espectro sonoro numa intensidade crescente, até ganhar o peso e substância sabbatianas, para entrar num final característico das bandas sonoras de James Bond. A outra é um prolongamento da anterior com a duração de dois minutos, a mais curta do álbum, começando num ambiente suave criado a partir da guitarra, sustentado por subtis elementos percussivos e pelo som da flauta, e uma letra que anuncia sarcasticamente «I will shoot you dead» a contrariar a leveza desse instrumental.
Passamos para “High-Tech Parent” em modo funky, com teclados, baixo e percussões num registo animado e com a letra a sugerir de novo um cenário esquizóide – «What you gonna do about it / I don’t know / I might as well give them drugs instead / I don’t know» – até que as guitarras, intercalando com Rhodes, vão montando uma agitação crescente que culmina com um «I don’t know» pouco inocente.
“Madness and Magic”, o tema que dá título ao álbum, começa por referir “Aladdin Sane”, de David Bowie, com a vocalização a remeter para Frank Zappa e a alternar entre atmosferas folk e outras saturadas com as impressões hipnóticas sugeridas entre o órgão e outros teclados, assumindo em pleno a “Madness and Magic” que dá título ao álbum.
Por último, “Heaven in Your Eye” embarca numa viagem durante mais de quinze minutos que vai do proto-hardrock dos Uriah Heep aos Van Der Graaf Generator, passa pelas mil e umas noites das músicas arábicas do Médio Oriente fazendo a ligação directa a Black Sabbath, atravessa paisagens jazzísticas e retoma Genesis, de passagem pelos Traffic ou Emerson, Lake & Palmer, revisitando as principais bandas do rock progressivo setentista.
Estes Arabs noruegueses inscrevem definitivamente o seu nome entre os parentes do prog da esfera do rock com um álbum suficientemente enigmático para despertar o fascínio pela loucura e pela magia que habita regularmente na imaginação dum público tão exclusivo e dedicado como o dos indefectíveis seguidores deste género musical.
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