[Antevisão] Verão negro como breu: Carach Angren + Wolfheart + Thy Antichrist + Nevalra
ArtigosSem categoria 6 de Junho, 2019 Metal Hammer
Pitch Black Summer 2019 é a portentosa digressão encabeçada pelos Carach Angren e suportada pelos relevantes Wolfheart, os regressados Thy Antichrist e os noviços Nevalra. As bandas passarão por Portugal já no próximo dia 14 de Junho no Hard Club (Porto) e no dia seguinte, 15 de Junho, no RCA Club (Lisboa).

Dos EUA, os Nevalra trarão o álbum de estreia “Conjure the Storm”, lançado poucos dias antes do início da tour. Apenas com um disco na bagagem, o trio do Missouri oferece um bem congeminado blackened death metal muitíssimo melódico. Se as actuações forem tão impecáveis como o disco aparenta ser, é certo que o merch voará rapidamente!
Também dos EUA, mas com origem colombiana, Thy Antichrist foi um dos grandes regressos de 2018, tendo em “Wrath of the Beast” o álbum tão esperado ao longo de quase 15 anos.
Após tantos anos em silêncio quase total, a banda reformulou a sua percepção musical com um disco coeso e musculado que tanto se identifica com uma base black metal como oscila para outros ramos relacionados ao thrash, death e heavy metal. Se por um lado apresentam aquela cascata de malhas claramente influenciadas pela cena escandinava, também é verdade que incorporam segmentos de flamenco em “Desolation”, incursões ao death metal em “Skeletons of Disgrace”, breves arranjos muito parecidos a sons electrónicos em “Crown of Lies” e uma ode ao metal total no single “Metal to the Bone”. Isto tudo sem podermos omitir uma produção atmosférica, quase claustrofóbica, muito à custa da voz arrepiante, sofrida e sufocante de Antichrist 666. “Wrath of the Beast” é um tanque de guerra que mete abaixo qualquer muro de betão sem grandes dificuldades.
O finlandês Tuomas Saukkonen ficou conhecido com Before the Dawn (1999-2013), mas é com Wolfheart que tem dado cartas desde 2013.
Pouco mais de um ano depois do terceiro “Tyhjyys”, Saukkonen voltou aos discos com o seu melodeath metal salpicado por toques de doom metal. Rotulado como winter metal, o que ouvimos em “Constellation Of The Black Light” (2018) abraça a pura força da natureza finlandesa, sendo um trabalho melódico, abrasivo, frio, dramático e épico. Entre todos aqueles riffs típicos da cena nórdica, e que tão bem representam o som dos Wolfheart, encontram-se arranjos orquestrais, que oferecem a atmosfera necessária ao colosso sónico do álbum, e guitarras acústicas, como na inaugural e progressiva “Everlasting Fall”. Ao quarto álbum, os Wolfheart continuam a provar que não desapontam e que, pelo meio do som esperado, há espaço para adições criativas.
Visitando Portugal pela terceira vez em pouco mais de um ano (só em 2018 passaram por cá duas vezes), os holandeses Carach Angren trazem consigo “Dance and Laugh Amongst the Rotten” (2017), mais uma história de horror e sobrenatural transformada em black metal sinfónico.
Recorrendo aos arquivos da Ultraje (2015-2019), o teclista Ardek contava: «Claro que musicalmente temos as nossas raízes no black metal e gostamos muito do género, mas nunca tencionámos que Carach Angren fosse a próxima banda de black metal a falar dos mesmos tópicos. Queremos oferecer algo original, tanto musical como liricamente, o que para nós passa por contar histórias.»
Cientes de que têm um estatuto a defender no que ao storytelling diz respeito e uma marca sonora (re)conhecida, o trio não se escusa a desenvolver novas direcções dentro do seu black metal sinfónico. Prova disso é o último álbum que, apesar de toda a orquestração, é muito mais orientado às guitarras do que anteriormente. Com um novo conto de terror, os holandeses apresentaram-se mais directos e um bocadinho de nada menos épicos, mas isso é compreensível visto que a história de “Dance and Laugh Amongst the Rotten” passa-se numa época mais próxima da actualidade. Pianos e cordas continuam a ter o seu peso no desenrolar de um disco de Carach Angren, mas vale mesmo a pena sublinhar a preponderância que as guitarras têm agora. «Por que é que estás aqui? O que queres? – Destruir-te!», ouve-se na faixa “Charlie”, e é basicamente a isto que o álbum se destina: a uma maior agressividade.
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