É sobre um tecido de fundo ancestral e arcaico que se expande às idiossincrasias do black/death metal insano, profano e dissonante, que os Vassafor...

Editora: Iron Bonehead Productions
Data de lançamento: 07.08.2020
Género: death/black metal
Nota: 3.5/5

É sobre um tecido de fundo ancestral e arcaico que se expande às idiossincrasias do black/death metal insano, profano e dissonante, que os Vassafor desenham um trilho muito próprio feito de originalidade e sem concessões.

Se a discussão para percebermos se “Obsidian Codex” (2012) era melhor do que “Malediction” (2017) ou vice-versa já era grande, então adicionemos a novidade “To the Death” ao falatório e compliquemos o argumentário.

Sem precisarem de grandes apresentações, ainda que deambulem pelo underground, os Vassafor são a representação duma apoteose de black/death metal pestilento e das profundezas, algo que, e juntemos um sentido abafado e lo-fi, é normal e conhecido na cena neo-zelandesa.

A mistura entre um sonoridade devoradora e, ao mesmo tempo, etérea prossegue em 2020 através de um álbum rico em texturas húmidas e cavernosas essencialmente oferecidas pelas guitarras, com principal destaque para a lead, que, em infinita serpentina, orienta largamente o rumo de sete novas composições sem compromisso mas com muita dedicação. A espiritualidade satânica e absoluta, sem meias medidas, une-se assim a uma wall of sound ininterrupta que começa a efervescer no mais profundo underground até desabrochar na imprensa especializada, uma ascensão que nunca os travou no momento de se criar metal extremo espesso e, para alguns, estranho.

Nesta gruta de black/death metal opressivo e horrorífico, os Vassafor também aplicam um certo sentido thrash metal, ou não fosse este o subgénero que nos deu os inícios de bandas como Venom, Bathory, Possessed ou Hellhammer. Assim, e sobre este tecido de fundo ancestral e arcaico que se expande às idiossincrasias do black/death metal insano, profano e dissonante, a dupla (quinteto ao vivo) desenha um trilho muito próprio que tem gerado boas críticas, um caminho que é feito com originalidade e sem concessões. Bate-se à porta, entra-se e nunca mais se sai – é assim que funciona a magia negra dos Vassafor.