Svärd: lenhadores espaciais
Entrevistas 6 de Julho, 2020 Diogo Ferreira
«Digamos que gostamos de rock pesado e bons riffs fortes.»
Pierre Stam
Banda com nomes afectos a In Mourning e Ahab, os Svärd arrancam a sua carreira discográfica com o EP “The Rift”, lançado pela Argonauta Records. Caso não estejas a par da sonoridade do grupo, na nossa crítica está escrito que o que temos aqui pode ser visto como se os Iron Maiden se tivessem reunido com Baroness numa sala de ensaios e se decidisse criar algo que fundisse as duas essências. O baixista Pierre Stam responde à confiança depositada na sua música: «Basicamente, considerando que Iron Maiden é a melhor banda do mundo e que Baroness é realmente uma óptima banda, faz com que seja uma honra saber dessas comparações. Mas também acho que é adequado. Adoramos Maiden, portanto é uma influência óbvia, mas bandas como Baroness, Mastodon e High On Fire também são influentes para nós, assim como muitas outras coisas, como Thin Lizzy, Black Sabbath e, claro, Motörhead! Podia continuar para sempre com isto – digamos que gostamos de rock pesado e bons riffs fortes.»
Mais concretamente, o que os Svärd nos apresentam é uma combinação de heavy metal, sludge e psicadélico, algo que podemos achar inesperado se tivermos em conta as bandas donde vem este quarteto. Músicos não devem ficar presos a um género específico – um artista deve ser livre –, mas, de qualquer forma, é preciso encontrar-se um terreno comum para a criatividade desabrochar. «Foi algo que surgiu muito naturalmente – deixamos que nos saia tudo», atira. «Quando começámos, pareceu-nos haver vários tipos de riffs e ideias semelhantes, então apenas tocámos essas ideias e seguimos em frente. Quando a banda começou a evoluir, a modos que sentimos que uma roupagem metal menos polida e mais riff / heavy rock era exactamente o que queríamos ser com Svärd, mas com algum espaço extra para a liberdade experimental.»
Em boa hora Pierre fala de liberdade experimental porque, se olharmos para a capa e para títulos como “A Rift In The Green” ou “Palaeocene Flames”, pode-se ver uma ligação com natureza e eras. «É uma história de lenhadores e alguns estranhos rituais místicos. Eventualmente, cruzam-se com um portal espacial e vão para o espaço através desse portal», conta o músico. E daqui partimos para outra sensação exalada pelo EP: vibrações oriundas de filmes como “Invasion of the Body Snatchers” (1956) ou “The Last Man on Earth” (1964), sentindo-se um certo sci-fi / terror antigo no som actual de Svärd. A próxima resposta acaba por se ligar à anterior: «O conceito está certamente ligado a histórias de ficção-científica e continuará a estar ainda mais no álbum em que estamos a trabalhar. Também era algo que realmente queríamos fazer com esta banda: ter um tipo de temática relacionada ao sci-fi / terror antigo ou banda-desenhada, tanto com letras como com artwork. Fico muito contente por acharem que isto vos surge de tal maneira, como pretendemos.»
Revelado imediatamente atrás pelo próprio Pierre Stam mas já anteriormente sabido no mundo da imprensa, um LP já está no horizonte. Servirá o EP “The Rift” para demonstrar as primeiras composições e assim verificarem como é que as pessoas vão reagir? «O EP é a nossa primeira declaração e também é a nossa primeira música a ser apresentada, a primeira música que fizemos juntos, e acho que é absolutamente um bom começo para as pessoas saberem o que estamos a fazer.» Quanto ao futuro LP, Stam conclui: «Já temos a maioria das músicas escritas para o álbum – está quase pronto para [a fase de] demo, mas não temos planos exactos sobre quando tudo estará feito e pronto para gravar. Vamos começar a gravar assim que sentirmos que todas as músicas estão aparadas e prontas para serem lançadas. Não as vamos lançar só porque sim e não vamos apressar muito as coisas – tem de nos parecer acertado. Mas acho que não se está muito distante.»

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