Entrevista a Jinjer a propósito de "Alive in Melbourne". Jinjer: «A jornada foi bastante longa e ainda há algo para alcançar»
Foto: cortesia Napalm Records

Fenómeno de popularidade quase repentina no universo metal moderno e técnico com muita inspiração no hardcore, os Jinjer têm vindo a conquistar o mundo desde pelo menos 2016, quando lançaram o segundo álbum “King of Everything” pela Napalm Records. Tatiana Shmailyuk contou à Metal Hammer Portugal como se sente ao fazer parte de uma banda líder no género que toca. «Bem, não sei… É bom, porque a jornada foi bastante longa e ainda há algo para alcançar. Portanto, é muito bom saber que vamos em frente, ainda estamos a crescer. É maravilhoso que tenhas realizado muitas coisas que planeaste no passado, e agora todos os sonhos tornam-se realidade. É maravilhoso!»

Com antecedentes no punk, ska e reggae, será que Tatiana alguma vez se viu a ser uma growler numa banda de metal? Do punk ao grunge e ao nu-metal, Otep foi a grande porta de entrada para a jovem vocalista. «Quando comecei a ouvir música, que ainda ouço, como punk e reggae, continuei a imaginar-me como uma punk-rocker. Com o passar dos anos, comecei a ouvir grunge e depois metal, nu-metal. Depois ouvi Otep – acho que toda a gente sabe que ela é uma das minhas maiores inspirações –, decidi que era por aí que ia.»

Numa altura sem concertos devido à pandemia que assola todo o planeta, algumas bandas estão simplesmente a desistir, enquanto outras têm prosseguido conforme podem com concertos online, EPs surpresa e composição para futuros discos. No caso dos Jinjer, os ucranianos decidiram manter-se ligados aos fãs através do álbum ao vivo “Alive in Melbourne” para eternizarem a sua primeira passagem pela Austrália em Março de 2020. Tatiana fala do que viveu naquele país. «Apenas memórias positivas. Primeiro, como vários fãs sabem, esta foi a primeira vez que tocámos na Austrália no geral e Melbourne, claro – foi tão incrível visitar este país e este continente. Clima maravilhoso, paisagens maravilhosas, animais… Tivemos a hipótese de ir a um refúgio e abraçar koalas e tocar em cangurus – foi maravilhoso! Para além disso, os concertos foram porreiros, as pessoas eram muito hospitaleiras, muito amistosas, e o feedback foi maior do que esperávamos. Fizemos este álbum como parte das nossas memórias e, claro, para partilhar a nossa experiência com outros fãs e, talvez, músicos que nunca foram à Austrália. Queríamos mostrar como é estar-se na Austrália como metaleiros e como metaleiros músicos.»

Seguindo-se a premissa de que as bandas estão sem digressões e confinadas às suas vidas pessoais e aos seus estúdio, será que vamos ter um álbum de Jinjer em 2021? «Tenham a certeza que sim! [risos] Não conseguimos estar quietos. É uma tortura para os músicos estarem de rabo sentado, sem conseguirem fazer nada. Quando passei aqueles seis meses nos EUA [Tatiana esteve meio ano na Califórnia], o Vlad [bateria] e o Roman [guitarra] começaram a escrever novo material. Quando regressei, eles já tinham composto umas quatro músicas. Musicalmente, quatro melodias estão prontas para que eu escreva as letras. Vamos continuar a trabalhar durante o resto do Outono e do Inverno. Tenho umas coisas minhas para tratar e depois, assim que me safar disso, vou-me sentar e escrever mais letras. Provavelmente vou ter de ler uns livros maravilhosos para me inspirar, para conseguir boas letras. Penso que vamos lançar esse álbum lá para o final de 2021.»

“Alive in Melbourne” é o novo álbum ao vivo dos Jinjer e tem data de lançamento a 20 de Novembro de 2020 pela Napalm Records.