Uma alcateia renovada em energia e criatividade.

Editora: Napalm Records
Data de lançamento: 18.09.2020
Género: folk/death metal
Nota: 4/5

Uma alcateia renovada em energia e criatividade.

Na press-release distribuída pela imprensa, a Napalm Records pede para esquecermos tudo aquilo que conhecemos em Varg. Não é um pedido leve e logo verificamos que faz todo o sentido quando os lobos alemães rebentam com o death metal melódico da faixa inaugural “793”.

Ao longo de 10 temas, os vikings germânicos contam-nos várias sagas, que vão da deusa nórdica Rán, que puxa nautas perdidos para a sua húmida sepultura, a sofrimentos e vinganças para com antigos aliados no campo de batalha. Ora, sem nunca perderem a veia folk, mas ganhando muito (muito mesmo) melo-death metal em detrimento de jogadas mais metalcore do passado, os Varg arrepiam caminho em direcção a aventuras mitológicas com músicas geralmente lideradas por guitarras épicas, melódicas e orelhudas na onda do que se faz na Suécia mas com um sabor mais teutónico, especialmente devido à ferocidade pujante da voz de Freki – um verdadeiro animal, o lobo alfa que lidera uma alcateia renovada em energia e criatividade.

Por entre ondas gigantes e densas florestas, o metal glorioso e sem cessação desta matilha lupina recebe um novo elemento através da voz feminina de Fylgja que nos agracia os ouvidos no romantismo mitológico de “Fara til ránar” (a fazer lembrar Battlelore), mais à frente com “Feld der Ehre” somos levados ao folk/death metal islandês de uns Skálmöld e “Verräter” inclui uns pozinhos de doom metal pelo meio. Já no fim, o tema-título faz culminar tudo aquilo que foi feito ao longo de 41 minutos, sendo belo mas agressivo, épico, cativante e a fechar mais um capítulo que tem tudo para fazer abrir outro em álbuns seguintes que, esperamos nós, sigam esta linha muitíssimo bem conseguida!