Dez temas ultra-brutais, uma verdadeira parede de som abrasiva, de fazer envergonhar muitas das bandas concorrentes.

Editora: Season Of Mist
Data de lançamento: 22.05.2020
Género: black/death metal
Nota: 3.5/5

Dez temas ultra-brutais, uma verdadeira parede de som abrasiva, de fazer envergonhar muitas das bandas concorrentes.

Revenge é uma banda canadiana focada em tocar uma fusão brutal de black metal e death metal a que alguns chamam war metal. Depois de lançarem vários álbuns focados numa brutalidade lo-fi, atraíram as atenções de um público e editoras cada vez maiores. Sendo um duo em estúdio constituído por James Read (bateria, voz e composição) e Vermin (guitarras e baixo), ao vivo junta-se-lhes Haasiophis (baixo e vocais).

Surgem-nos agora com o seu sexto álbum, pela segunda vez através da francesa Season of Mist. Este “Strike.Smother.Dehumanize” pega onde o anterior “Behold.Total.Rejection” terminou, embora desta vez com uma produção um pouco mais limpa. Eis-nos então perante mais dez temas ultra-brutais, uma verdadeira parede de som abrasiva, de fazer envergonhar muitas das bandas concorrentes.

“Salvation Smothered (Genocide of Flock)”, o primeiro tema de avanço, continua a trazer-nos um tema em produção lo-fi como a anterior discografia da banda, uma parede de graves que esmaga qualquer ouvinte. James Read debita os habituais blast-beats, aqui entremeados por passagens menos rápidas, enquanto os seus vocais oscilam entre os muito graves, por vezes com extrema distorção, e os agudos.

“Self Segregation (System Torched)”, o segundo tema de avanço segue na mesma linha, embora com mais groove. Os blast-beats continuam a imperar disputando a ribalta com as guitarras ultra-abrasivas de Vermin, que é quem, ao mesmo tempo, assegura também o baixo em estúdio, baixo esse que contribui para a wall of sound em geral. O som parece vir das próprias entranhas da terra e o solo ecoa como escapando-se do próprio inferno.

Em “Oath Violator” distinguimos o baixo de entre a parede de graves que os Revenge vão debitando, como se fosse o som de um maremoto, reforçado pelo solo abafado de Vermin, que fortalece a ultra-brutalidade da banda.

Deste trabalho destaca-se ainda “Human Animal” ou “Apostasy Imposed (Takeover Mode)”, a faixa mais longa e que encerra o álbum.

Importa questionar qual será o futuro dos Revenge dentro do estilo que adoptaram e onde não existe muito espaço para manobras, e esta certamente não é uma banda consensual. O colectivo pouco deverá importar-se com isso e deverá continuar a lançar trabalhos brutais tais como este “Strike.Smother.Dehumanize” enquanto houver quem os queira ouvir.