Editora: Cruz del Sur MusicData de lançamento: 14.06.2019Género: heavy metalNota: 3.5/5 Depois de “We March Forward” (2013) e “The Cycle Never Ends” (2016), os... Ravensire “A Stone Engraved in Red”

Editora: Cruz del Sur Music
Data de lançamento: 14.06.2019
Género: heavy metal
Nota: 3.5/5

Depois de “We March Forward” (2013) e “The Cycle Never Ends” (2016), os portugueses Ravensire apresentam uma nova transformação na sua sonoridade, e para melhor! Ao longo de oito novas faixas ouviremos aquilo que o heavy metal tradicional deve ser e conter: riffs cavalgantes que vão maravilhar fãs de Iron Maiden e outros mais crus, mas sempre perceptíveis, que vão arrepiar os amantes de Manilla Road, entradas épicas, pontes bem incluídas, solos precisos e emoção na voz que se reflecte em refrãos maioritariamente cativantes. Porém, não se ficam por tradicionalismos quadrados e incluem ainda passagens acústicas, o que não é estranho ao heavy metal mas fica sempre bonito se bem incorporado, e imprimem a si mesmos uma nova dose de melodia e criatividade, como se pode ouvir na muito boa “Dawning in Darkness”, que abre epicamente e desdobra-se em segmentos mais calmos com solos bastante calorosos, e na última “The Games of Titus” que apresenta um sentido narrativo apurado.

O maior conceito deste disco tem a ver com o sentido de perpetuidade, muito devido ao background arqueológico do vocalista/baixista Rick Thor, mas tudo tem um valor mais alto quando ficamos a saber que a faixa “After the Battle” é um tributo ao falecido Mark ‘The Shark’ Shelton (1957-2018), dos Manilla Road, banda tantas vezes esquecida por uma considerável maioria e que tanto influenciou aquilo que viria a ser o heavy metal que conhecemos a partir da década de 1980. Apesar de, a olho nu, a primeira parte desta composição parecer estar uns furos abaixo das anteriores, a segunda metade old-school e bombástica obriga-nos a tirar o chapéu à homenagem. O álbum no seu todo é também dedicado a Hartmuth ‘Barbarian Wrath’ Schindler, um amigo de Ravensire que se encontra em estado vegetativo com poucas esperanças de recuperação.

Sem entrarem em modernices e sem serem enfadonhos com a constante ressurreição do estilo à moda da velha-guarda, os Ravensire fizeram um álbum de belo efeito que deverá ser falado com energia nos meandros do heavy metal europeu.

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