Ingrina: pesadelos civilizacionais
Subsolo 26 de Novembro, 2020 Diogo Ferreira


Com uma sonoridade arrebatadora, o sexteto Ingrina, de França, tem em “Siste Lys” o novo álbum com data de lançamento a 27 de Novembro de 2020 pela Medication Time Records e À Tant Rêver Du Roi. Em primeira análise, Ingrina é indicado para adeptos de paisagens sonoras cinematográficas e evocativas na senda de bandas como Year Of No Light, Rosetta, Aussitôt Mort e Alcest.
Projecto impulsionado por dois bateristas, três guitarras e vozes fantasmagóricas, os Ingrina são os arquitectos de um turbilhão imparável de post-metal, shoegaze e post-hardcore, e invocam conceitos metafísicos, contos geológicos e oceânicos, bem como pesadelos civilizacionais.
À semelhança do álbum de estreia “Ether Lys” (2018), este “Siste Lys” é baseado num conto metafórico sobre provações geológicas e oceânicas pelas quais as formas de vida passam quando confrontadas com pesadelos civilizacionais. Retrata o reaparecimento de carcereiros, de muros e de corpos oriundos das turbulentas formas de vida pantanosas, atormentadas pelas águas. O movimento vital desvanece gradualmente à medida que a luz atrás das paredes desaparece. As vidas alojam-se no éter da consciência, sem serem capazes de assumir nenhum corpo ou matéria. A intensidade da loucura interior é igualada apenas pela paralisia absoluta do movimento físico exterior. O mundo está tão congelado, os ossos tão solidificados, que a vida refugia-se no coração de um nada mesquinho e egoísta que só leva à insanidade.
“Siste Lys” conta a história dessas vidas que tentam quebrar o gelo civilizacional que os aprisiona – para finalmente dar substância a sonhos eufóricos, cuja memória já vacila.
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