Moonspell “The Greater Good”: as primeiras impressões
Artigos 19 de Novembro, 2020 Diogo Ferreira

«Depois do “1755” vamos retomar onde achamos que deixámos o “Extinct”. Esse disco tem quase uma vida própria, um sabor a novo começo, ou pelo menos uma coisa que nós nunca fizemos antes, o que é bastante motivador», disse Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, em 2017.
Três anos depois, os Moonspell ressurgem com música nova, com o single “The Greater Good”, que fará parte do álbum “Hermitage” (com lançamento a 26 de Fevereiro de 2021 pela Napalm Records), e ficamos com a noção inicial de que as declarações feitas em 2017 não foram promessas vazias.
De facto, “The Greater Good” possui as nuances atmosféricas e góticas de “Extinct” (2015), pelo menos na sua fase inicial, com notas de guitarra cintilantes e a voz limpa, quase sussurrante, de Fernando Ribeiro, dois elementos posteriormente acompanhados pela bateria de Hugo Ribeiro que, quase solitária, rebate com estrondo. Tudo isto funciona como uma antecipação ao que vem a seguir, e esse ‘a seguir’ acontece pouco antes dos dois minutos com um lead de guitarra de Ricardo Amorim que, melancólico e central, nos remete para o dark metal dos anos 1990 que os Moonspell ajudaram a cimentar ao lado de bandas como Paradise Lost e Tiamat.
Entre picos e vales, com uma espécie de quebra quando a música mal acaba de rebentar, os Moonspell lá encaminham “The Greater Good” para o seu clímax, um final épico muito suportado por teclados espaciais que dão uma cor intensa e uma melodia cativante a esta primeira nova amostra.
Sendo apenas a primeira e singular apresentação daquilo que será “Hermitage”, ficamos com a sensação de que o álbum poderá vir a ser bastante negro, com tons de melancolia condenada e com muitas camadas atmosféricas que farão deste disco mais um diferencial na já longa discografia dos Moonspell.
Até lá, fiquemos com “The Greater Good”, «um conceito sociológico que implica o benefício do público, de mais pessoas que tu. Fazer o que é melhor e mais correcto. Infelizmente, muitas acções erradas e puramente maldosas foram feitas em nome desse princípio, tanto por líderes mundiais como por cidadãos».

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