Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 13.11.2020
Género: death metal
Nota: 3.5/5
Um álbum carregado de humor negro e 16 cantigas de escárnio e maldizer sobre alguns dos serial killers no quadro de honra da criminologia dos homicidas inscritos em belas artes.
“Carnival of Killers” está aí para celebrar os 35 anos de demência com os norte-americanos Macabre em grande forma. Um álbum carregado de humor negro e 16 cantigas de escárnio e maldizer sobre alguns dos serial killers no quadro de honra da criminologia dos homicidas inscritos em belas artes. É certo que o death / thrash /grind dos Macabre já não arrepia, nem tem o mesmo impacto como em 1994, por alturas do álbum “Sinister Slaughter”, data em que visitaram Portugal na incrível tournée que passou por Almada, Paços de Ferreira e Portalegre, partilhando o palco com os portuenses Gangrena, os austríacos Pungent Stench e os compadres Brutal Truth. Ainda assim, o novo disco é muito capaz de arrancar aquele sorriso maléfico de satisfação aos admiradores do grupo.
A capa do álbum diz tudo o que lá vai dentro enquanto retrata alguns dos homenageados. O novo disco faz uma leitura cáustica ao satirizar a vida e obra de alguns dos mais afamados assassinos em série. Ted Bundy, que decapitava as vítimas e conservava as cabeças como lembrança, H.H. Holmes, o primeiro assassino em série da América e empreendedor que retirava a carne dos ossos das vítimas para os vender às faculdades de medicina, Bittaker e Norris, os assassinos das caixas de ferramentas, Richard Ramirez, também conhecido como Night Stawlker com mais de trinta vítimas no currículo, Jeffrey Dahmer, o canibal do Milwaukee, John Wayne Gacy, conhecido como o Palhaço Assassino, e Fritz Haarmann, o Vampiro de Hannover, são os protagonistas do metal da morte na versão circense dos Macabre. A banda vai ao pormenor com requintes de malvadez e disponibiliza três packs “Unhappy Meal” que incluem o disco e merchandising sortido em caixinhas coleccionáveis.
O tema introdutório, uma valsa extraída ao universo burlesco da música de cabaret, dá o mote para o banho de sangue teatralizado no álbum. Segue-se “Your Window Is Open”, um dos temas mais a sério, tal como “Lake of Fire”, “Corpse Violator”, “Slaughterhouse” e “Now It’s Time to Pay”, fiéis ao death metal da velha-escola que o legado da banda ajudou a estabelecer. O resto do álbum é composto por interlúdios, canções de embalar e outras lenga-lengas duma tétrica palhaçada, uma versão heavy metal de Toy Dolls que não destoaria das fitas demoníacas de Rob Zombie candidatas ao Glóbulo de Ouro, à semelhança de “Them Dry Bones”, “The Wheels On The Bug” e “Warte, Warte”.
No seu melhor, o novo Macabre é um circo alucinado em obediência à voz de comando gutural e teatral, sob as chicotadas de solos acutilantes espremidos entre os riffs agressivos de Lance Lencioni aka Corporate Death e o batimento frenético da secção rítmica formada por Dennis Ritchie aka Dennis the Menace e Charles Lescewicz aka Nefarious. No seu pior, “Carnival of Killers” é uma paródia atrashalhada das canções de ninar da Família Addams.

Metal Hammer Portugal

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