Os Leaves' Eyes conseguiram lançar aquele que talvez seja um marco na sua carreira, mas isso só o tempo dirá.

Editora: AFM Records
Data de lançamento: 23.10.2020
Género: symphonic metal
Nota: 4.5/5

Os Leaves’ Eyes conseguiram lançar aquele que talvez seja um marco na sua carreira, mas isso só o tempo dirá.

Leaves’ Eyes sempre estiveram nos holofotes mediáticos, tendo tocado em todos os continentes possíveis e adquirido grande experiência, mesmo com a quase frequente troca de alguns membros. Podemos confirmar o que foi dito acima com o novo trabalho “The Last Viking”, que transportará o ouvinte para tempos antigos, com cenários épicos de batalhas, que muitas vezes vão causar alguns arrepios e dar a sensação de que és um poderoso guerreiro. Mais: este novo álbum é complementado por um interessante elemento visual e informativo – o documentário “Viking Spirit”, que será lançado junto com o álbum, criando um ambiente de imersão no universo dos reis do norte europeu.

A abertura acontece com a instrumental e bela “Death of A King”, que contém elementos progressivos, como uma percussão que vai crescendo aos poucos ao lado de guitarras acústicas, vozes masculinas e femininas que contracenam entre si e orquestra, sendo assim uma música importante, pois ajuda a colocar o ouvinte no clima certo para apreciar o álbum da melhor forma possível.

O clima inspirado no medievalismo continua com a excelente “Chain of the Golden Horn”, que alterna entre momentos power metal e death metal, mantendo as melodias folclóricas – há inclusive um momento coral dançante, que, com certeza, fará com que o público dance nos concertos.

Uma das faixas que chamaram à atenção é “Black Butterfly”, que conta com a participação da vocalista Clémentine Delauney (Visions of Atlantis). Inicia-se de forma calma, com um belo e leve instrumental, tornando-se numa música mais pesada com belos duetos entre Elina Siirala e Clémentine, para além de uma agressividade criada pelos guturais do líder Alexander Krull.

“Dark Love Empress” – que já é conhecida dos fãs da banda, pois foi lançada como single –, tem um início mais sombrio e gótico, com belas melodias ao piano que se unem depois ao restante instrumental. O trabalho vocal de Elina é interessante, com a vocalista a explorar diferentes entoações.

O álbum é extenso, possuindo cerca de 14 músicas e aproximadamente 57 minutos. Porém, trata-se de material bastante diversificado, que proporciona diferentes sensações no seu decorrer. Para os ouvintes que querem ter um contato mais folclórico e medieval, há a excelente tríade composta por “For Victory”, “Varangians” e “Serkland” – que possuem todos os elementos orquestrais, os vocais guturais e limpos, e uma ambientação mais focada no folclore, criando excelentes sensações enquanto são escutadas. Há também um lado mais sombrio e agressivo, com músicas como “Flames in the Sky”, que apresenta uma ambientação mais directa e com riffs mais violentos, e “Break into the Sky of Aeon”, com um instrumental mais duro que nalguns momentos nos lembra Ensiferum e Amorphis dos anos 1990.

Por último, é extremamente necessário falarmos sobre a faixa-título, que possui cerca de 10 minutos e diversos elementos musicais que variam entre folclórico, death metal e symphonicmetal. É uma música épica, extremamente agressiva e que tem um excelente trabalho de bateria, tendo criado momentos mais tribais e progressivos.

Deste modo, é possível dizer que “The Last Viking” vai agradar a gregos e troianos, não sobrando dúvidas de que é um trabalho maduro, inspirado e que causará diversas sensações aos ouvintes. Os Leaves’ Eyes conseguiram lançar aquele que talvez seja um marco na sua carreira, mas isso só o tempo dirá.

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