Mesmo tendo morrido aos 34 anos, Layne Staley deixou um legado musical duradouro.

Mesmo tendo morrido aos 34 anos, Layne Staley deixou um legado musical duradouro.

Foto: Ebet Roberts

Layne Staley morreu em Abril de 2002. Sozinho. Uma overdose de heroína e cocaína. O seu corpo foi encontrado a 20 de Abril, aparentemente duas semanas após a sua morte. Tinha 34 anos.

É a tragédia de uma das figuras mais carismáticas que coloriu a cena rock dos 1990s.

Tal como aconteceu com Kurt Cobain, a forma prematura de como Staley morreu desviou-se do seu talento visionário e do seu timbre vocal único. Foi o vocalista quem começou a avalanche em 1987, quando formou Diamond Lie com o guitarrista Jerry Cantrell.

Com uma formação completada pelo baixista Mike Starr e pelo baterista Sean Kinney, e uma alteração de nome para Alice In Chains, assinaram com a Columbia em 1989, lançando o crucial EP “We Die Young” no ano seguinte.

Mas foi o álbum de estreia “Facelift” (também de 1990) que captou o espírito de uma era em mudança. Alimentado pelo sucesso inesperado de “Man in the Box”, o disco vendeu mais de meio milhão de cópias apenas na América, e os Alice In Chains tornaram-se parte da vanguarda do grunge.

Embora a musicalidade fosse criativamente nítida e morbidamente vital, foi o incomparavelmente problemático vocalista quem deu intimidade e vulnerabilidade às músicas. Sem Staley, é improvável que a banda conseguisse ter alcançado o seu óbvio potencial.

Nos dois anos seguintes, os Alice In Chains exibiram um dom para a individualidade que brilhou no negro e acústico EP “Sap” e na inviolável “Would ?”, esta que apareceu pela primeira vez na banda-sonora de “Singles”. Tal marcou a banda – ao lado de Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden – como a força motriz proeminente dum movimento musical que estava a moldar a década.

O álbum “Dirt”, de 1992, reforçou a reivindicação de serem possivelmente os artistas mais inventivos de Seattle à época. Foi a última contribuição de Starr, que fora substituído por Mike Inez na digressão do Lollapalooza pela América em 1993.

Foi também a última grande digressão da banda, quando os demónios pessoais de Staley começaram a dominar as suas sensibilidades densamente frágeis. Talvez os presságios já estivessem lá para todos ouvirem quando o EP “Jar of Flies” foi lançado no início de 1994, marcando um regresso à convulsão acústica de “Sap”. Fez história na América, sendo o primeiro EP a estrear em nº 1 na tabela de discos – era assim o poder e a popularidade de Alice In Chains.

Nesse momento, Staley refugiou-se ainda mais no seu próprio e confesso inferno das drogas (que já tinha sido bem documentado através de músicas como “Sickman”, “Junkhead” e “God Smack” no álbum “Dirt”).

Layne emergiu brevemente com o supergrupo de grunge Mad Season em 1995, lançando o álbum “Above” e dando alguns concertos. Os próprios Alice In Chains lançaram um álbum homónimo no mesmo ano – que provou ser a despedida de Staley em estúdio.

Em 1996, os Alice In Chains filmaram e gravaram uma actuação para o MTV Unplugged, em que o vocalista parecia particularmente frágil, e abriram para Kiss como parte da sua digressão de reunião. E em Kanas City, a 3 de Julho de 1996, deram o seu último concerto com Layne Staley.

Embora o quarteto se tenha reagrupado para gravar duas novas músicas (“Get Born Again” e “Died”) para a box-set “Music Bank” (1999), isto fora apenas uma trégua temporária, pois os vícios de Staley estavam fora de controlo.

A sua morte marcou o fim de uma era para uma das maiores bandas rock de todos os tempos.

Consultar artigo original em inglês.