O que se ouve ao longo de 10 faixas é categoricamente antagónico ao título – “When We Are Forgotten” é inesquecível.

Editora: Napalm Records
Data de lançamento: 30.08.2019
Género: post-black metal
Nota: 4.5/5

Com um álbum lançado a cada três anos, chega portanto a altura de “Dis Manibvs” (2016) ter o seu sucessor no mercado. Assim, os Imperium Dekadenz agraciam-nos com “When We Are Forgotten” – uma viagem sónica, baseada em black metal, e sensorial, inspirada pela solidão e densidade emanada pela Floresta Negra.

Ao fim da primeira audição – e este disco merece inúmeras rotações – é perceptível que “When We Are Forgotten” pode ser dividido em duas partes, mas sempre com a melancolia como ponte firmemente erigida. Se o tema-título, “Bis Ich Bin” (este com fortes influências nas raízes do black metal) e “A Cave Called Wisdom” evocam movimentações mais velozes, encorpadas, épicas, melódicas e elevatórias, as duas partes de “My Solace” projectam uma lentidão doomy, solitária e penosa que muda o paradigma do álbum, dando-lhe assim a devida diversidade. Acto contínuo, a variedade pode também ser encontrada em três espécies de interlúdios, sendo “Trauma” o melhor deste trio ao fazer-nos regressar aos 1990s e àquela onda ambient que projectos como Burzum, Mortiis e Wongraven construíram.

Apesar de todo o álbum ser muito orelhudo, com melodias extremamente sedutoras, “Transcendence” será a composição mais próxima daquilo que podemos chamar de post-black metal, com o seu andamento algo animado e fortemente enquadrado em linhas de alt-rock. O que também não deixa de ser cativante é a toada hipnótica que se faz ouvir em “Absenz Elysium”, com um clímax atmosférico em que o título é repetido de forma cerimonial.

“When We Are Forgotten” é riquíssimo em cascatas de riffs iridescentes, que são, indubitavelmente, o cerne, a medula, o coração de um sexto longa-duração sentimental, emocionante e orgânico. Em suma, o que se ouve ao longo de 10 faixas é categoricamente antagónico ao título – “When We Are Forgotten” é inesquecível.