Darkthrone “Old Star”
Reviews 31 de Maio, 2019 Diogo Ferreira


Editora: Peaceville Records
Data de lançamento: 31.05.2019
Género: black/heavy/doom metal
Nota: 4/5
Enquanto “Arctic Thunder” (2016) foi o culminar de várias experiências feitas ao longo de anos, com especial foco no black metal primitivo e no doom metal mais cru, o novo “Old Star” pega em tudo o que foi feito em discos como “F.O.A.D.” (2007), “Circle the Wagons” (2010) ou “The Underground Resistance” (2013) e eleva a sonoridade actual a escaparates mais amplos na secção punk/heavy metal e épicos na ala doom metal, sem nunca se descurar, como é óbvio, o black metal inerente a um nome como Darkthrone.
A inaugural “I Muffle Your Inner Choir” começa logo a debitar uma energia que junta black metal, heavy metal e rock para, a meio, oferecer uma quebra de intensidade que engloba um sentido doom metal old-school. A segunda, e melhor do disco, “The Hardship of the Scots” leva-nos ao heavy metal e ao hardrock com uma abertura prontamente catchy. Todavia, o doom metal volta a tomar conta da situação, sendo esta faixa a maior prova das palavras de Fenriz, quando disse que “Old Star” seria o seu álbum mais eighties. Ainda nesta música, a tal veia doom metal nunca coagula e faz-nos lembrar Candlemass, uma aposta que a banda vem afirmando na imprensa. O final épico, com um baixo cheio de groove sempre muito presente e com leads de guitarra à heavy metal, é a cereja no topo do bolo.
“Alp Man” volta a confirmar a ideia de Fenriz fazer um álbum à eighties com riffs fortemente inspirados na NWOBHM que pouco ficam atrás de “The Hardship of the Scots” em termos de catchiness e criatividade. Se os Darkthrone dessem concertos, esta seria certamente uma faixa que incutiria o público a elevar os punhos e a cantarolar cada riff como se se tratasse de Iron Maiden, não podendo esquecer um largo segmento doom metal que, novamente, nos lembra Candlemass ou Saint Vitus.
“Duke of Gloat” volta a dar patada ao disco com algum sentimento punk, especialmente na bateria e na voz ríspida, que se cruza com riffs que bebem de Immortal (do tipo “Withstand the Fall of Time” ou “Tyrants”) – o que, diga-se, já começava a fazer falta! A última “The Key is Inside the Wall” é como um álbum deste calibre deve acabar: com orgulho, sem compromisso e de forma épica, resultando na soma de todas as parcelas combinadas ao longo dos minutos anteriores.
Com uma produção muito melhor do que aquilo que os Darkthrone nos têm vindo a habituar, a bateria é o instrumento que mais ganha com isso. Se no final dos 1990s / início dos 2000s foi possível verificar que o cerne da banda não estava bem, agora é verídico que se encontra o contrário com todas as secções musicais a contar para o todo que é “Old Star” – os drumming rolls do tema-título e o poder das guitarras nada atabalhoadas são prova disso. “Old Star” é o melhor álbum de Darkthrone em muitos anos!

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