Compositores clássicos que qualquer metaleiro adora
Artigos 23 de Maio, 2019 Diogo Ferreira
Com o recente lançamento de “Veleno”, o novo álbum dos sinfónicos Fleshgod Apocalypse, a Metal Hammer Portugal escolhe alguns compositores clássicos que qualquer metaleiro adora, ou passará a adorar.
Tchaikovsky (1840-1893)
“They told me I could use any instruments I wanted – so I used cannons” é a inscrição do meme mais conhecido sobre Tchaikovsky e que está relacionado com a também mais famosa composição do artista russo – “Abertura 1812” aka “1812 Overture”. Comissionada pelo director de Concertos da Sociedade Imperial Russa para inaugurar a Exposição Universal das Artes (Moscovo, 1882), esta peça é essencialmente conhecida pelo sentido festivo/vitorioso de alguns segmentos e, claro, pelos canhões. “Abertura 1812” tem a particularidade de, ao vivo, ser acompanhada por artilharia verdadeira ou por fogo-de-artifício. Um outro propósito desta composição, para além da exposição, tem a ver com a vitória russa sobre o exército de Napoleão em 1812.
“O Lago dos Cisnes”, “A Bela Adormecida” e “O Quebra-Nozes” são as três obras mais conhecidas do autor russo. A trágica “Patética” foi a última sinfonia criada por Tchaikovsky.
Wagner (1813-1883)
“I love the smell of napalm in the morning” é uma das frases mais icónicas do cinema proferida por Robert Duvall no filme “Apocalypse Now” (1979), película que tem um outro momento memorável quando um grupo de helicópteros avança para o bombardeamento de uma aldeia vietnamita ao som da “Cavalgada das Valquírias” (“Ritt der Walküren” em título original), a parte mais popular de “Die Walküre” (1870) de Wagner que, por sua vez, pertence à tetralogia “Der Ring des Nibelungen”. Contemporaneamente, a “Cavalgada das Valquírias” pode ser ouvida em versão heavy metal sempre que o wrestler Daniel Bryan, da WWE, entra em cena.
Wagner foi pioneiro nos avanços da linguagem musical numa vida também marcada por ensaios escritos com conteúdo anti-semita que levou o nazismo a utilizar o seu intelecto para o personificar como superioridade. “Tristan und Isolde” é outra obra reconhecida no legado de Wagner.
Carl Orff (1895-1982)
Quem tem memórias existenciais das décadas de 1980 e 1990 facilmente se recordará dos anúncios da Old Spice que eram acompanhados por uma música gloriosamente épica – o que se ouvia era “O Fortuna”, de Carl Orff, uma das peças da emblemática “Carmina Burana”, um manuscrito de poemas e textos dramáticos originais dos séculos XI, XII e XIII. Em 1937, o compositor alemão estreava a sua interpretação cénica e musical da cantata mais popular de sempre! Outra secção magnífica de “Carmina Burana”, e que não pode ser esquecida, é “Fortune plango vulnera” que vem logo a seguir a “O Fortuna”.
Carl Orff acaba por ficar para a História também como um exemplar pedagogo eternizado no seu método de ensino conhecido como Orff-Schulwerk.
Menções honrosas
Dvořák (1841-1904). A última obra do checo é também a mais famosa: trata-se da Sinfonia nº 9, popularmente conhecida como “Sinfonia do Novo Mundo”. Estreou em 1893 nos EUA. Na cultura metal, peças desta composição foram usadas por Rhapsody Of Fire e Blind Guardian.
Rachmaninoff (1873-1943). Este nome russo conhece fama mundial palpável aquando da estreia do filme “Shine” (1996) em que Geoffrey Rush e Noah Taylor interpretam o pianista australiano David Helfgott com o “Concerto para Piano No. 3” (e a doença mental) no centro da história.
Mahler (1860-1911). O checo-húngaro é relembrado como um dos compositores românticos com maior facilidade para tornar um movimento sombrio em algo alegre e vice-versa. O norte-americano Leonard Bernstein (1918-1990), autor de “West Side Story”, foi um dos seus maiores entusiastas.
Liszt (1811-1886). “Totentanz”, com toda a sua obscuridade e frenesim, representa a obsessão que o húngaro tinha pela morte. Foi considerado pelos seus pares como um dos pianistas mais avançados da sua época.

Metal Hammer Portugal

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