Christian metal: 10 álbuns essenciais
Artigos 4 de Abril, 2021 Metal Hammer
Metal não se resume a adorar o Senhor das Trevas e a pintar-se pentagramas em tudo, como estes álbuns de christian metal provam.
Há o equívoco de que o christian metal é uma versão um tanto diluída do verdadeiro metal. Na verdade, há os que pensam que provavelmente só foram expostos às bandas evangélicas que surgiram nos anos 90 ou os que simplesmente se recusam a aceitar um subgénero com o nome de uma religião. No entanto, o christian metal a sério consegue ser tão brutal como as mais seculares bandas de metal. Num género que se orgulha das práticas assustadoras, o christian metal é, de certa forma, mais metal do que qualquer um dos seus outros subgéneros, visto que vai completamente contra o status quo, bem como teimosamente se recusa a abandonar a fé em detrimento do apelo a um público mais amplo. Eis os álbuns que alcançam com sucesso todos os públicos do metal em termos de mérito musical, mesmo retendo graciosamente as próprias crenças cristãs dos seus criadores.
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Stryper – To Hell with the Devil (1986)
Provavelmente a banda de christian metal mais influente de todos os tempos, Stryper foi um dos primeiros grupos de metal a jurar fidelidade às suas raízes religiosas. O seu verdadeiro som veio à tona com o terceiro lançamento nomeado para os Grammys, “To Hell with the Devil”. O álbum é glam metal por inteiro, com uma boa dose de cânticos rock para estádio. Os Stryper atiram para os céus (literalmente), produzindo um dos melhores álbuns cristãos de qualquer género.
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Demon Hunter – The Triptych (2005)
Os titãs hínicos Demon Hunter são uma das bandas que levou o christian metal a novos cumes. À terceira foi de vez para o quinteto com o ataque “The Triptych”, um álbum que lançou a banda para uma nova plataforma na sua carreira. A fusão de metalcore e nu-metal paga dividendos em músicas como a atmosférica supernova “Deteriorate” ou com o pedal metal e máquina de riffs que é “Fire to My Soul” – prova de que estes devotados soldados de deus podem mudar de temperamento a qualquer momento.
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Underoath – Define the Great Line (2006)
Os metaleiros cristãos Underoath não têm escassez de grandes discos no seu arsenal, mas um dos melhores assenta no emocional explosivo “Define the Great Line”. Lançado em 2006, este triturador melódico é incrivelmente consistente ao longo da sua duração de 45 minutos, atirando todos os tipos de sons turbulentos ao ouvinte enquanto mantém um equilíbrio perfeito entre a melodia deslumbrante e o peso estrondoso. Facilmente um dos destaques do subgénero.
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Precious Death – Southpaw (1993)
Há uma influência gritante de grunge em “Southpaw” dos Precious Death, com músicas como a faixa-título cheia de riffs e a cantante “Hello”, em grande parte devido ao duro moimento de Alice In Chains e Tad. Mas não penses que a banda é de um só truque – tal não poderia estar mais longe da verdade. Músicas como a orientada ao baixo e ao funk “Shine” ou a sedutora “Talk about the Weather” são casos das incansáveis experiências musicais do grupo. Infelizmente, como aconteceu com grande parte da produção estelar do metal dos anos 90, “Southpaw” nunca recebeu crédito suficiente após o lançamento.
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Vengeance Rising – Human Sacrifice (1988)
Apesar do vocalista Roger Martinez andar aos saltinhos entre cristianismo e satanismo e depois para o ateísmo ao longo dos anos, na época de “Human Sacrifice” a banda estava muito no campo do Senhor. No entanto, é aí que as delicadezas acabam. Este álbum é tão pesado quanto possível graças ao seu cintilante instrumental thrash e às vozes de rasgar gargantas. A banda combate fogo com fogo na grande maioria, condenando Satanás às profundezas do inferno na viciosa “Burn” e transformando as guitarras em lança-chamas sagrados na monstruosa “Mulligan Stew”. Christian metal nunca soou tão sinistro.
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Extol – The Blueprint Dives (2005)
O mais impressionante sobre este excepcional álbum tem a ver com a maneira como a banda se manobra sem esforço entre sons expansivos e arranjos entrelaçados – duas técnicas muito diferentes que se tornam uma só nas mãos de Extol. Há uma influência distinta de Deftones no disco, com atmosferas baças das quais o próprio Chino Moreno se orgulharia. No que diz respeito à boa musicalidade do christian metal, Extol está no topo da lista com este álbum fantástico.
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Zao – Where Blood and Fire Bring Rest (1998)
Manda fora tudo o que pensavas que sabias sobre christian metal – os Zao, do West Virginia, são as suas próprias bestas. No terceiro LP, o colectivo de metalcore pôs as bases do subgénero em chamas, optando por riffs assustadores e vozes de rebentar os ouvidos. Falando-se em baptismo de fogo – este álbum é escaldante. Podem ter renunciado ao rótulo christian metal nos últimos anos, mas abanam o púlpito com uma força severa com este incendiário de arregalar os olhos.
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Believer – Sanity Obscure (1990)
Que tal um fantástico christian thrash para saciar a sede de sangue? Basta olhar para Believer, um quarteto de speed metal que oferece tudo ao enésimo grau com o castigador “Sanity Obscure”. Apesar do subgénero estar fora de moda aquando do lançamento, não o saberias ao ouvir este LP destruidor, em grande parte graças à admirável eficiência da banda. Destaques como a anti-blasfémia “Idols of Ignorance” e a potência operática que é “Dies Irae” são audições essenciais para qualquer thrashhead, independentemente da tua fé.
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Tourniquet – Psycho Surgery (1991)
Poucos discos de metal são tão maravilhosamente experimentais como o lançamento dos Tourniquet em 1991, “Psycho Surgery”. De composições clássicas a instrumentais com sabor a flamenco, esta trupe que desafia o género manda a cautela às favas em várias ocasiões enquanto mantém sempre uma espinha dorsal dura e thrashy. A world music floresce e desconcertantes secções de rap separam este álbum da maioria de outros discos de metal, já para não se falar do christian metal. Se estás à procura de maluqueira e manipulação de estilos, não procures mais.
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P.O.D. – Satellite (2001)
O quarto álbum de estúdio dos P.O.D., “Satellite”, não só foi um sucesso comercial como também teve o seu mérito musical. A produção deste disco de nu-metal quintessencial é impecável, com todos os instrumentos a saírem dos altifalantes com uma intenção à séria. Liricamente, também está no ponto – claramente baseado na fé mas não de uma maneira excessivamente enfadonha. Destaques como “Alive” e “The Messenjah” são tão esmagadores quanto edificantes e, como é o caso de grande parte de “Satellite”, a banda fará círculos na tua cabeça bem depois de já ter terminado.
Consultar artigo original em inglês.
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