Desde o lançamento do seu disco de estreia, “Optimist”, que os Gold têm angariado cada vez mais seguidores fiéis à sua sonoridade peculiar. Já...
Gold (Foto: Solange Bonifácio)

Desde o lançamento do seu disco de estreia, “Optimist”, que os Gold têm angariado cada vez mais seguidores fiéis à sua sonoridade peculiar. Já estiveram em Portugal e, mais uma vez, regressaram, a 25 e 26 de Setembro, no RCA CLUB (Lisboa) e no Maus Hábitos (Porto), respectivamente – a Metal Hammer Portugal marcou presença no evento na capital, levado a cabo pela Amazing Events.

Os Earth Electric foram os escolhidos para a primeira parte do regresso dos Gold a Portugal. O seu mentor, o norueguês Rune ‘Blasphemer’ Eriksen (ex-Mayhem), é conhecido e elogiado pela sua produção estilisticamente diversificada e é consideravelmente influenciado por classic rock. Essas raízes acabam por ser insinuadas, de certo modo, onde coloca o seu cunho musical.

Earth Electric (Foto: Solange Bonifácio)

Neste projecto contamos ainda com a vocalista/soprano Carmen Simões, conhecida pelas colaborações com os Moonspell. A dupla, que contou com a ajuda dos seus amigos Luigi ‘Gee’ Anzalone (DragonForce, Doro) e Luca Princiotta para gravarem uma demo de três faixas, intitulada “2014”, acabou por ter uma evolução musical mais pesada e progressiva, havendo depois uma reestruturação na banda ao adicionarem o baixista dos Grog, Alexandre Ribeiro, e o baterista Ricardo Martins (Jiboia, Algumacena e Papaya, entre outros). Ao vivo podemos contar ainda com o teclista João DaCosta, enquanto Dan Knight, dos Messenger, integrou-se como teclista em estúdio. Todos os elementos técnicos dos artistas que integram este projecto acabam por elevar tudo o que entregam ao vivo.

Por volta das 22:15, os Gold subiram ao palco para um público curioso, embora calmo. A banda holandesa, conhecida pelo seu dark-rock vanguardista, veio apresentar o mais recente disco “Why Aren’t You Laughing?”, lançado em Abril de 2019. O álbum é igualmente multifacetado e complexo em toda a sua componente de construção, e ao recrutarem o produtor Jaime Gomez Arellano, cada elemento acabou por receber um espaço amplo para respirar e, de facto, brilhar, elevando o patamar musical, o qual já nos tinham apresentado a outro nível.

Gold (Foto: Solange Bonifácio)

O colectivo musical de Roterdão conseguiu criar um ambiente atmosfericamente sombrio, interpretando temas como “Taken by Storm”, “Things I Wish I Never New”, “Why Aren´t You Laughing?” e “He is Not”, e combinou vibrações góticas e hipnóticas com camadas de guitarras enegrecidas, sobrepostas a vocais atmosféricos.

À medida que têm vindo a madurecer como banda, têm igualmente vindo a evoluir de forma graciosa e ambiciosa, sendo detentores de um nome que cresce a uma velocidade fenomenal nos últimos tempos, algo que lhes valeu visitas a diferentes locais ou festivais conceituados, como o Roadburn.

O que os Gold estão a criar é digno de uma audiência. Toda a experimentação musical é um desafio apelativo, primordial e com outra vida ao vivo, onde o público tanto é relembrado a desfrutar do silêncio como a preencher um vazio.

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