Nervosa “Perpetual Chaos”
Reviews 19 de Janeiro, 2021 Diogo Ferreira
Editora: Napalm Records
Data de lançamento: 22.01.2021
Género: thrash metal
Nota: 3.5/5
Quem já conhece Nervosa não ficará desapontado e, com certeza, os fãs vão pelo menos querer saber e ouvir como soa esta nova formação. Numa só palavra: bombástico.
Em 2018, com “Downfall of Mankind”, as brasileiras Nervosa tornaram-se na banda totalmente feminina mais respeitada do universo metal. Todavia, apesar do bom álbum e dos concertos destrutivos, a química interna não era a melhor, o que levou Fernanda Lira (voz, baixo) e Luana Dametto (bateria) a abandonarem o barco para formarem Crypta. A guitarrista e fundadora Prika Amaral não baixou os braços e depressa reuniu um novo exército, desta vez extra Brasil, tornando Nervosa numa banda internacional, com Diva Satanica (voz) a representar Espanha, Mia Wallace (baixo) pela Itália e Eleni Nota (bateria) pela Grécia.
Após comunicação constante via Internet (até porque a pandemia rebentou e impossibilitou qualquer contacto físico), as quatro meninas (expressão comummente usada por Prika) juntaram-se em carne e osso pela primeira vez no estúdio de Martin Furia para gravarem a novidade “Perpetual Chaos”.
Ao longo de 13 faixas, o agora quarteto evidencia uma energia explosiva sem tréguas. Com raras secções mais compassadas/lentas, as Nervosa desbravam caminho sem cessação – “Perpetual Chaos” é um martelo pneumático ligado à corrente mais potente. É um álbum de thrash metal sem espinhas, com Prika a tocar aquilo que gosta de ouvir através de riffs cortantes, corridos e sem rodeios, ainda que insira breves pitadas de death metal da velha-guarda e, claro, algum punk, como se pode ouvir na adequada “Time to Fight”.
Com letras que vão contra o domínio das elites, também ouvimos versos sobre alienação e suicídio através da voz demoníaca de Diva Satanica, a espanhola que começou a dar ar da sua graça com Bloodhunter desde 2012 e com a sua participação no programa de talentos “La Voz” em 2017. Com uma voz mais rasgada e sardónica do que o mais habitual gutural, é essa abordagem que a distingue dos restantes pares e a aproxima mais da cena thrash ao invés do death metal. Embora a utilização vocal seja bastante homogénea ao longo do disco, Diva Satanica sai da sua zona de conforto em “Genocidal Command” para liderar a música num vocal inspirado em Schmier (Destruction).
O baixo, que é um instrumento imprescindível mas nem sempre audível, merece também uma menção. Sente-se que Mia Wallace não está ali para encher chouriços e é preponderante na forma como dá corpo aos temas, tanto a acompanhar Prika como a muscular a bateria de Eleni Nota que, sem mácula, se torna a estrela deste disco sem saber e, provavelmente, sem o querer. Com este “Perpetual Chaos”, a jovem grega entra directamente para a primeira liga de bateristas, sejam homens ou mulheres. De físico franzino, Eleni demonstra ser das bateristas mais consistentes e dinâmicas da actualidade com polirritmos, blast-beats certinhos e fills espectaculares – ouça-se “Guided by Evil” e todas as dúvidas serão dissipadas.
Para fãs de, por exemplo, Sodom, quem já conhece Nervosa não ficará desapontado e, com certeza, os fãs vão pelo menos querer saber e ouvir como soa esta nova formação. Numa só palavra: bombástico.

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