Um EP com identidade e originalidade que cria curiosidade sobre um próximo trabalho dos Montaña Sagrada.

Editora: independente
Data de lançamento: 25.09.2020
Género: black/sludge metal
Nota: 3.5/5

Um EP com identidade e originalidade que cria curiosidade sobre um próximo trabalho dos Montaña Sagrada.

Formados por membros com provas dadas na cena musical chilena, os Montaña Sagrada surgem com o seu trabalho de estreia: o EP “The Living Green”, auto-editado e que nos deixa a primeira amostra do som da banda.

Focados no misticismo, história e estética do cone do continente sul-americano, estes Montaña Sagrada exploram bem o conceito da banda e apresentam-nos quatro temas neste primeiro trabalho.

Embora sejam incluídos no género sludge, estes chilenos têm influências muito mais vastas do que isso, o que torna este trabalho em algo interessante de se ouvir. O curto EP abre com “First Flame”, o tema de avanço do EP. O trio – formado por Vincent Zbinden na bateria, Ramón Paternak na guitarra e voz, e Rodrigo Morris na guitarra – mostra ao que vem com uma sonoridade muito própria que, com base no sludge e uma mistura de doom e hardcore em doses variáveis, usa rápidas mudanças de ritmos e tempos para dar um toque progressivo à sua música. Um bom tema de apresentação que faz querer ouvir mais. Não existe baixista, e se existiu, se calhar ,foi sacrificado às forças secretas que controlam a Montaña Sagrada.

O tema-título entra a meio-tempo, construindo paisagens de peso, sem se apressar demasiado a dizer ao que vem. Ganha ritmo graças ao trabalho de Vincent na bateria e faz jus às influências doom da banda, enquanto a voz demonstra as influências em black metal.

Segue-se “Clearing”, talvez o melhor tema. Abre com bastante força, pontilhado pelo trabalho extra das paisagens sintetizadas. Avança para paisagens mais melódicas, às quais se sobrepõe a voz gutural de Ramón e o excelente trabalho de Vincent na bateria. É mais um tema técnico, mas que não cai nos exageros da tecnicidade levada ao extremo e termina com as guitarras e os sintetizadores a criarem um cenário hipnótico e melódico.

O EP encerra com “Wall of Ashes”, a faixa mais longa deste trabalho. Mais uma vez se nota a produção de qualidade, mas não demasiado polida ou comprimida, podendo-se ouvir os instrumentos a soarem com naturalidade. Com fortes influências no black metal mais atmosférico e sinfónico, com uma pitada de hardcore, percorre várias paisagens musicais, recorrendo também a blast-beats. Para terminar o tema, assume-se uma toada melódica e experimental, com guitarras pouco distorcidas e mais uma vez o bom trabalho orgânico de Vincent na bateria.

No cômputo geral, é um EP com alguma identidade e originalidade que cria curiosidade sobre um próximo trabalho dos Montaña Sagrada.

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