Os Lamb of God prosseguem numa campanha vitoriosa que ficará para a história!

Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 19.06.2020
Género: groove/death/thrash metal
Nota: 4/5

Os Lamb of God prosseguem numa campanha vitoriosa que ficará para a história!

Muito aconteceu durante as duas décadas que compreendem a carreira dos Lamb of God. Depois de atingido um primeiro pico com “Ashes of the Wake” em 2004, o colectivo norte-americano levava a sua mensagem às massas com “Sacrament”, editado dois anos depois. Desde a personificação do estilo de vida associado ao rock’n’roll no vídeo de “Redneck” até à crescente melodia e à atmosfera inquietante contida em “Descending”, os Lamb of God exploravam com relativo sucesso todo um variado leque de ideias que resultariam em hinos como “Walk With Me In Hell” ou as faixas já mencionadas. “Wrath” (2009) regista um aumento na velocidade e vê a melodia crescer em espaço e criatividade, apenas para ver a banda dar meia volta em “Resolution” (2012). Aqui, finalmente com uma produção ao nível do nome que construíram, os Lamb of God reinventavam-se com um doom à Black Sabbath mas executado por uns Pantera. “VII: Sturm und Drang” incorpora o thrash impetuoso dos Slayer e serve como pretexto para a banda fazer-se novamente à estrada, depois de um período conturbado que culminou com a passagem do vocalista Randy Blythe pelo sistema prisional da República Checa.

Vinte anos depois da estreia com “New American Gospel”, os Lamb of God chegam então ao oitavo longa-duração com um pouco de tudo aquilo que tornaram os seus predecessores tão distintos, tal é a forma como este álbum homónimo apresenta um aprimoramento da estrutura musical concebida nos últimos oito anos, a brutalidade e o groove de “Sacrament” (2006), e um amadurecimento das melodias impostas a partir de “Wrath” (2009). Se desta vez não podemos chamar nomes como Pantera e Slayer ao banco dos réus, cabe ao hardcore norte-americano assumir a culpa no que às influências diz respeito, que, aliado à receita vencedora de death/thrash/groove do quinteto de Richmond, transforma temas como “Poison Dream” (com a participação de Jamey Jasta) e “Routes” (com Chuck Billy) em autênticos monstros onde nenhuma distância será segura o suficiente para evitar danos num futuro mosh. Temas como “Memento Mori” e “Checkmate” mostram-nos duas faces da mesma moeda e deixam a intenção dos Lamb of God com este disco bem clara: reafirmar a sua liderança num meio sobrelotado mas cada vez mais surpreendido pela qualidade das recentes contribuições musicais dos nomes veteranos do metal. Não faltam pretendentes ao trono, mas o Rei ainda está no poder e governa com mão de ferro! Música após música, a cavalaria dos Lamb of God segue a toda a velocidade, agora com Art Cruz a marcar o ritmo e a provar que não só há vida depois de Chris Adler como essa existência pode ser igualmente frenética e devastadora.

A finalizar, “Bloodshot Eyes” e “On The Hook” levam-nos em direcção a uma abordagem que encaixa perfeitamente no rótulo de metal moderno, e que faria os fãs mais aguerridos fugirem pelas suas vidas se não fosse pelo facto de estarmos perante um dos nomes mais incontestáveis desta cena musical. Os Lamb of God prosseguem numa campanha vitoriosa que ficará para a história!