No passado dia 23 de Junho realizou-se a estreia em Lisboa dos norte-americanos Glassjaw, uma das bandas que mais marcou e influenciou o post-hardcore....

No passado dia 23 de Junho realizou-se a estreia em Lisboa dos norte-americanos Glassjaw, uma das bandas que mais marcou e influenciou o post-hardcore. A Metal Hammer Portugal esteve presente neste evento levado a cabo pela Amazing Events.

Algumacena (Foto: Solange Bonifácio)

Coube aos emergentes Algumacena abrirem as hostilidades da noite – projecto de Ricardo Martins, baterista conhecido tanto a solo como por outros projectos diversos, tais como Pop Dell’Arte, Jibóia ou Papaya, e de Alex D’Alva Teixeira, compositor mais conhecido como vocalista dos D’Alva. Quem esteve presente pôde assistir a uma explosão musical tendo o post-rock como base, conjugando em perfeita harmonia uma exploração de outros caminhos musicais em que são notórias outras influências de outros géneros. Os Algumacena são muito mais do que o nome possa sugerir, e acabaram por ser não só uma excelente e interessante forma de começar a noite como uma levada de ar fresco.

Ash Is A Robot (Foto: Solange Bonifácio)

De seguida, subiram ao palco os setubalenses Ash Is A Robot. Formados em 2012, rapidamente tornaram-se numa referência nacional dentro do post-hardcore. Embora com alguns percalços no início de concerto, a banda fez os possíveis para agarrar o público – inclusive, o vocalista desceu e misturou-se na multidão com uma atitude provocativa em modo de tentativa de criar um circlepit. Foram incansáveis e absolutamente fulminantes, engrenando em oscilações musicais entre ritmos rápidos e agressivos em contraste com partes mais melódicas. 

Antes dos Glassjaw subirem ao palco, o Lisboa Ao Vivo já se encontrava com um público entusiasta e ansioso. Os horários foram cumpridos rigorosamente, e pouco antes das 22h30 já se ouviam os primeiros acordes dos nova-iorquinos.

Glassjaw (Foto: Solange Bonifácio)

Conhecidos como das maiores referências dentro do espírito e ética DIY, continuam fiéis à insistência de manterem o controlo criativo da sua sonoridade e abordagem de base – factores que ajudaram a consolidar a referência enorme que são para muitas bandas e músicos. São também redentores de um estilo muito próprio dentro do post-hardcore, embora evidenciado-se na era do nu-metal em inícios de 2000. Num curto período de pausa de actividade, em que quase silenciosamente pararam de lançar novas músicas, continuaram em tour

A banda tocou diversos temas novos, mas não faltaram clássicos como “Ape Dos Mil”, Siberian Kiss” ou “Pink Roses”, numa noite onde o post-hardcore esteve bem vivo e de casa cheia. A espera por um concerto dos Glassjaw em Portugal foi longa, mas absolutamente compensatória, numa noite lendária e de regresso à adolescência para muitos.

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