Tidos como um dos grandes nomes da Bay Area, os Death Angel chegam ao nono álbum com a difícil tarefa de...

Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 31.05.2019
Género: thrash metal
Nota: 3,5/5

Tidos como um dos grandes nomes da Bay Area, os Death Angel chegam ao nono álbum com a difícil tarefa de ultrapassar “The Evil Divide”, de 2016, que antecede imediatamente este “Humanicide”. Será que conseguiram?

O disco abre cheio de pompa e circunstância com o tema-título que detém em si todas as regras autênticas do thrash metal oriundo da região à qual pertencem: rápido, épico q.b. e orelhudo. A seguinte “Divine Defector” mantém a fasquia alta: se a anterior era rápida, esta ganha a etapa ao sprint com enorme voracidade partilhada por leads – pasmem-se! – relacionados ao death metal. Todavia, aquele impacto brutal que nos faz delirar a ouvir um novo disco quase morre por aqui.

Num acto mais experimental, que recai nas origens, há um sentido punk rock e hardcore que se traduz num filler de três de minutos em “I Came for Blood” e uma alusão fugaz ao hard rock em “Revelation Song”. Entretanto, e porque não pode ser sempre a abrir para que exista alguma cadência, “Immortal Behated” é uma falsa balada com as suas partes mais calmas compostas por leads/solos exóticos e de escola. Sendo a faixa mais longa do disco, com seis minutos, não é inteiramente uma aposta ganha. Felizmente volta tudo à normalidade com “Alive and Screaming” e o seu thrash metal polvilhado de heavy metal, principalmente na voz. A décima “On Rats and Men” parece que vai fechar o disco com chave de ouro ao dar a entender que beberá das duas primeiras faixas (as melhores do álbum), mas não é bem assim… E é pena. É um disco sólido, mas sempre a descer…

Assim, e como nem tudo é um mar de rosas, este “Humanicide” não é 100% perfeito ao termos faixas como “Aggressor” e “The Pack” a apresentarem secções menos sedutoras e algo desinspiradas.

Num olhar geral, ouve-se uma bateria seca, quase oca, a fazer lembrar as produções thrash metal algures entre 1980 e 1985 e solos a rodos, por vezes mais do que um numa só música, que tanto debitam a pureza distorcida da guitarra eléctrica como florescem em efeitos de pedais.

A grande vitória deste “Humanicide” passa invariavelmente pelo trabalho desenvolvido nas guitarras de Rob Cavestany e Ted Aguilar, o que nos poderá fazer esquecer uma ou outra decisão criativa menos feliz.

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