Os franceses elaboraram um disco que dá alguns passos em frente em relação a trabalhos anteriores, diversificando assim uma paleta de sons que só...

Editora: Chien Noir
Data de lançamento: 03.07.2020
Género: post-rock / post-metal
Nota: 3.5/5

Os franceses elaboraram um disco que dá alguns passos em frente em relação a trabalhos anteriores, diversificando assim uma paleta de sons que só o post-rock é capaz de albergar sem olhar a limites.

Ao terceiro álbum, o projecto francês DDENT apresenta-se mais negro, mais majestoso e, em certa medida, mais experimental.

Com “Couvre-sang”, a dupla, que continua a caminhar em territórios do post-rock e post-metal, inclui agora ambientes black e doom metal (a segunda a ser evidente por exemplo em “voile”, com uma passada lenta e pesarosa), muito industrial (à custa essencialmente de uma bateria que soa sintética e de alguns riffs tensos), alguma electrónica e batidas menos habituais no género que nos remetem ao trip-hop (“volemie”), e experimentalismo que aparenta brincar com sons em reverso (“yyyyyyyyy”).

As faixas restantes – destacando-se “songe”, “puissancerevee” e “liedevin” – enveredam por um post-rock/metal extremamente atmosférico e etéreo com guitarras épicas e imersivas (característica esta que se pode realmente aplicar à totalidade das composições e não apenas ao instrumento), uma escalada espiritual à procura do sentido da vida como podemos testemunhar em bandas semelhantes como os melódicos e introspectivos japoneses Mono.

Em suma, e por mais que a bateria devesse soar mais orgânica e mais trabalhada, os franceses acabam por elaborar um disco que dá alguns passos em frente em relação a trabalhos anteriores, diversificando assim uma paleta de sons que só o post-rock é capaz de albergar sem olhar a limites.

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