COVID-19 na indústria musical: cuidar de nós a pensar nos outros
Artigos 12 de Março, 2020 Metal Hammer

Pelo menos até ao início de Abril, Portugal terá salas de espectáculos fechadas e muitos eventos cancelados ou adiados devido às recomendações da Direcção Geral de Saúde sobre a pandemia COVID-19.
Todas as comunidades artísticas estão a sofrer com esta medida compreensível, por isso a cena metal não é excepção. Concertos muito esperados, como Russian Circles, Belphegor e Machine Head, foram cancelados ou adiados, e enquanto os compradores dos bilhetes poderão vir a ser ressarcidos em muitos casos, as promotoras locais enfrentarão um prejuízo que será apurado brevemente. Porém, um surto deste calibre a acontecer em meses como Julho ou Agosto teria, com certeza, efeitos ainda mais catastróficos ao nível económico, já que festivais como Vagos Metal Fest mexem imensamente com a economia local, chegando o JN a noticiar que o evento deixa quase um milhão de euros no concelho.
Nos EUA, as contas já começaram a ser feitas com o cancelamento ou adiantamento de festivais como Coachella e SXSW. O primeiro é o segundo maior desse país, com a Rolling Stone a sublinhar que em 2019 deslocaram-se até à cidade de Indio, Califórnia, cerca de 600.000 pessoas, gerando um lucro de 1.4 mil milhões de dólares entre o Coachella e o Stagecoach, sendo que a cidade esperou ter uma receita de 212 milhões de dólares. Por seu turno, o segundo acomodou cerca de 417.000 pessoas em Austin, Texas, no ano passado, sendo que a cidade teve uma receita de 356 milhões de dólares.
Para além do revés para as economias locais, agentes, equipas e os próprios músicos também se vêem a braços com a situação pelo simples facto de receberem os seus salários consoante os espectáculos em que participam. Em declarações à Rolling Stone, Brian Cook, baixista dos Russian Circles, comentou: «Já tocámos a passar por muitas coisas. Uma digressão de seis semanas com o guitarrista a tocar com um polegar partido, o arado de um camião a vir contra nós numa auto-estrada e a destruir metade do nosso material. Muitos artistas que conhecemos vão tocar a passar por quase tudo – sei de pessoas que tocaram com dores nas costas quando mal se conseguiam aguentar em pé. Uma vez, a nossa banda teve uma gripe, a cagar e a vomitar sem parar, e ainda assim aparecemos e tocámos. Mas nesta situação, nem há concertos para aparecer.»
Todavia, cuidar de nós a pensar nos outros vale mais do que qualquer euro perdido. Acatar as recomendações higiénicas e sociais, e não entrar em histerismos, como o açambarcamento de bens nos supermercados (porque há sempre mais alguém com menos posses e mais necessidades), é o que, de momento, está ao alcance de uma maioria que deve elevar o seu civismo.
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