Talento, mestria, experiência e imaginação musical – uma obra-prima do metal contemporâneo.

Editora: Epitaph Records
Data de lançamento: 26.02.2021
Género: metalcore
Nota: 4.5/5

Talento, mestria, experiência e imaginação musical – uma obra-prima do metal contemporâneo.

Inovador, distinto e único, mas com a mesma garra que os faz manter no topo da cadeia alimentar do metalcore, os Architects lançaram o novo e muito antecipado álbum “For Those Who Wish To Exist”.

Ainda antes da entrada do novo guitarrista Josh Middleton (Architects, Sylosis), já se sabia que a banda oriunda de Brighton se preparava para uma alteração no seu som. Conhecidos pelo seu estilo metalcore com fortes ligações ao mathcore, com breakdowns e estilo de bateria característicos do subgénero, e com o tão consagrado “Blegh” originado por Sam Carter, a banda pretende agora alargar horizontes, chegar a novos patamares musicais, mostrando uma nova faceta, mantendo a sua componente pesada.

Com questões levadas para o domínio filosófico, pretendem levar os ouvintes a questionar a nossa pegada no mundo e de como existe uma necessidade de alterações comportamentais de modo a minimizar o impacto negativo que a espécie humana deixa, apelando à introspecção em cada um de nós.

Percebe-se que existe um forte desejo de quebrar barreiras pelos sons experimentais que vamos ouvindo, existe uma forte influência electrónica, temos uma aproximação daquilo que podem ser consideradas metal balads com “Dead Butterflies”, até puro filth com breakdowns, chugdowns e um ritmo ridiculamente acelerado em “Discourse Is Dead”, que nos fazem reconsiderar a definição de nojento presente nos nossos dicionários. Num álbum que é o exemplo perfeito da versatilidade da voz de Sam Carter, que vai de anjo a demónio em segundos, a banda mostra talento, mestria, experiência e imaginação musical – uma obra-prima do metal contemporâneo.

A última faixa é um hino acústico, um “Memento Mori”, deixando como mensagem final que “Dying Is Absolutely Safe”, apelando ao antigo membro da banda Tom Searle, o irmão de Dan Searle (baterista e quem escreveu esta música), que perdeu uma batalha contra o cancro em 2016, falecendo aos 28 anos.

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