White Stones é o projecto pessoal de Martin Mendez, baixista dos gigantes Opeth, e surge com o primeiro álbum “Kuarahy”, nome relacionado ao seu...
Foto: cortesia Nuclear Blast

White Stones é o projecto pessoal de Martín Méndez, baixista dos gigantes Opeth, e surge com o primeiro álbum “Kuarahy”, nome relacionado ao seu local de nascimento no Uruguai. O disco representa um regresso às suas raízes, tanto familiares como musicais, explorando os caminhos esquecidos dos seus antepassados através do género musical que continua a ser o seu verdadeiro amor – death metal.

O processo criativo deste álbum de estreia começou durante a pausa de um ano que os Opeth fizeram após a digressão de promoção a “Sorceress”, tornando-se um meio para relaxar e explorar novas avenidas de criatividade. «Sempre compus música em casa, mas nunca tive confiança para fazer algo assim», diz Méndez através da Nuclear Blast. «Nunca escrevi uma música, nunca apresentei algo que escrevi ao Mikael [Åkerfeldt]. Não tinha nenhuma direcção, criei a primeira música por diversão. Costumava cantar death metal há 25 anos, e o plano era cantar, já que tinha escrito tudo, mas, quando se tratou disso, não me sentia nada confortável!»

Esse desconforto provou ser a chave para desbloquear futuras inspirações. Radicado em Estocolmo, Suécia, desde que deixou o Uruguai aos dezassete anos, Mendez mudou-se para Barcelona há dois anos. De alguma forma, Barcelona tornou-se uma ponte entre a sua vida no Uruguai e os seus últimos anos na Europa. «Ainda me sinto muito ligado ao Uruguai», confessa. «Queria compor músicas relacionadas a isso – transformei o sol na bandeira uruguaia no logótipo de White Stones. Existem muitas pequenas coisas que ligam o disco a esse lugar. “Kuarahy” é a palavra dos nativos uruguaios para “Sol”.»

«”Kuarahy” é a palavra dos nativos uruguaios para “Sol”.»

Martin Mendez

Foi em Barcelona que conheceu Eloi Boucherie, dono do parco mas funcional estúdio Farm Of Sounds. Tornaram-se amigos. «Ele também é vocalista da banda catalã de death metal Vidres A La Sang. Pedi-lhe que gravasse as minhas vozes, mas quando percebi que isso não estava a funcionar, perguntei se ele queria tentar. Ele foi excelente! Gravámos seis músicas em poucos dias.» À voz de Boucherie juntam-se ainda os leads de Frederik Åkesson (Opeth) e um solo de Per Eriksson (ex-Katatonia) na faixa “The One”. Depois, Martin enviou as faixas para os estúdios Orgone, de Jaime Gomez Arellano, no Reino Unido, para se proceder a uma mistura com qualidade profissional. «Eu tinha mesmo uma coisa em mente. Se queres ser groovy, então tens de ter groove, sem importar que estilo de música se toca. Gravei com uma Fender Stratocaster e com apenas um bocadinho de distorção – isso é raro no death metal –, e depois usei o baixo realmente distorcido e gordo para trazer peso à música.»

Ciente de quanto os Opeth polarizaram opiniões com o afastamento do death metal em “Heritage” (2011), Mendez afirma que White Stones não deve ser visto como uma rejeição do seu emprego principal. «Estou 100% confortável com o que fazemos em Opeth – é a melhor coisa que poderíamos ter feito. Acho que não estaríamos cá hoje se tivéssemos feito outro disco de death metal. Adoro os desafios que Opeth apresenta, experimentamos muito em estúdio. Quando se trata de compor death metal para White Stones, é o estilo de metal que mais gosto. Adoro Morbid Angel desde criança – death metal está dentro de mim. White Stones não tem nada a ver com Opeth, não vejo relação entre os dois. Mostrei o “Kuarahy” ao Mikael há alguns meses, e ele gostou muito e ficou feliz por mim. Todos na banda têm projectos paralelos, é importante. Fazemos tantas digressões que podes ser consumido por isso – foi muito bom fazer algo diferente. White Stones renovou a minha força e energia.»

“Kuarahy” tem data de lançamento a 20 de Março pela Nuclear Blast.

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