Com uma sonoridade afiada, os Till Die percorrem vários momentos do metal, desde o thrash ao groove, passando pelo crossover onde se inclui hardcore.

Origem: Itália
Género: thrash/groove metal
Último lançamento: “Ruthless” (2020)
Editora: independente
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Entrevista e review: Diogo Ferreira

Com uma sonoridade afiada, os Till Die percorrem vários momentos do metal, desde o thrash ao groove, passando pelo crossover onde se inclui hardcore.

«Sem tretas neste sistema patético e fraco, mas implacável.»

Último lançamento: «Devido a uma série de problemas relacionados à formação da banda, o propósito de “Ruthless” foi pensado e ganhou vida após vários anos de gestação e passou a ser uma síntese do que, para nós, significa metal. As pessoas podem esperar um som poderoso feito de músicas fortes que têm apenas de ser tocadas ao vivo para fazer o público perder a cabeça no pit. Honestamente, não sabemos o que as pessoas podem esperar, mas para todos os que cresceram com o thrash metal, gostando ao mesmo tempo da lentidão e do peso típico do groove metal, só podemos dizer: escutem e façam-nos saber se as vossas expectativas foram atendidas, talvez dando-nos uma ajuda para o próximo trabalho que aí virá.»

Conceito: «Como já dissemos, este álbum é o resultado de uma gestação muito longa e cheia de problemas, por isso não pode ser considerado um álbum conceptual. No entanto, tentamos dar-lhe o máximo de continuidade e personalidade possível, tanto nos arranjos musicais como nas letras. A mensagem que gostaríamos de passar poderia ser sintetizada assim: sem tretas neste sistema patético e fraco, mas implacável. Só podem confiar nalgumas coisas, sejam verdadeiros e implacáveis… mas horns up

Sonoridade: «Ao contrário dos nossos trabalhos anteriores, caracterizados por uma composição mais complexa e tortuosa, “Ruthless” aponta para ser o mais simples e imediato possível, sem esquecer as nossas influências musicais. Basicamente, a nossa proposta musical parte do que a história do heavy metal criou quanto às secções thrash / groove / death, tentando envolvê-la em algo mais fresco, moderno e pessoal. Para que se entenda melhor no que consiste o nosso som, podemos percorrer rapidamente as músicas contidas no álbum. Por exemplo, em “Before I Die” prestamos homenagem ao groove dos Pantera, sem esquecer a influência de bandas como Slipknot e Children of Bodom. Poderíamos dizer que em “Anger of Angels” podem encontrar um pouco da maneira como os Devildriver tocam death metal melódico combinado com a fúria hardcore de Refused. A “Lack of Sleep” é uma boa mistura da atitude de Black Label Society do Zakk Wylde e o death metal sueco europeu, enquanto “The Price to Live” e “Lord of the Worms” prestam novamente homenagem aos Pantera e ao thrash metal dos anos 80/90, polvilhado com um pouco de southern rock. “The Gray Man” é a nossa versão actual de um ataque thrash metal, enquanto as duas últimas faixas do álbum, “The Falling” e “St. Paul”, seguem todas essas influências mencionadas, com uma reminiscência particular de Lamb of God, outra importante referência musical para o nosso som.»

Review: Thrash metal com acompanhamento de hardcore é sempre muito interessante de se ter num menu. É isso que estes italianos fazem, mas conseguem ir mais além ao introduzirem algum tecnicismo como surpresa, mesmo para embelezar o prato ainda mais. Faixas como “The Gray Man” vão fazer mesas e cadeiras voar, pois só assim se degusta esta iguaria em toda a sua plenitude. Se precisas de soltar as energias que estão a mais dentro de ti, então ouve Till Die.