Uma devastação sónica, uma bola gigante de metal extremo que arrasa com tudo o que se atravessa à frente, uma motosserra...

Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 27.11.2020
Género: death/black metal
Nota: 4/5

Uma devastação sónica, uma bola gigante de metal extremo que arrasa com tudo o que se atravessar à frente, uma motosserra bem afinada com corte tão limpo que nem sabes donde elas vêm!

A lançarem EPs desde 2016, com a particularidade dos títulos serem cores – o novo intitula-se “Black” –, os Scour são um daqueles projectos fetish para muitos metaleiros. Porquê? Para além da música extremamente estrondosa e em constante modo terramoto, este grupo é composto pela voz de Phil Anselmo (Down, ex-Pantera), as guitarras de Derek Engemann (Cast the Stone, ex-Cattle Decapitation) e Mark Kloeppel (Cast the Stone, Misery Index), o baixo de John Jarvis (ex-Pig Destroyer) e a bateria de Adam Jarvis (Lock Up, Pig Destroyers, Misery Index). Que luxo!

Por esta altura do campeonato, Scour e a sua sonoridade não serão novidade para uma considerável maioria, mas ainda assim pode haver quem se atravesse à frente disto pela primeira vez.

O quinteto executa um death metal com muita acostagem ao black metal, ainda que o primeiro subgénero seja mais evidente, especialmente se tivermos em conta o contexto sónico de cada membro. Ao longo de cerca de 15 minutos – o hábito em todos os EPs que já lançaram –, ouvimos um Phil Anselmo enraivecido como nunca e deveras diferente dos seus outros projectos, unindo, como já foi mencionado, muito death e black metal. Mais: quem se deparar com Scour e não tiver conhecimento da sua formação, dificilmente porá Anselmo neste plano – mas é ele!

Em faixas que vão dos dois aos três minutos – curto e devastador –, as guitarras têm um papel imensamente preponderante na forma como geram aquela noção de pele a rasgar. Distorcidas mas perceptíveis – a produção é espantosa –, as guitarras de Engemann e Kloeppel são incessantes e abrasadoras, com riffs que soam a facas assassinas e in-your-face. Quem também se apresenta com um fulgor animalesco é Adam Jarvis na bateria, com a sua postura selvagem, embora certinha, tamanha a assertividade com que executa os seus blast-beats e fills inumanos.

E é isto, nada mais a dizer que não uma devastação sónica, uma bola gigante de metal extremo que arrasa com tudo o que se atravessa à frente, uma motosserra bem afinada com corte tão limpo que nem sabes donde elas vêm!