Um deathrock com laivos góticos à Peter Murphy e Justin Sullivan, ritmado por bateria e riffs influenciados pelo post-punk, elevado a algum virtuosismo heavy...

Editora: Iron Bonehead Productions
Data de lançamento: 12.08.2020
Género: deathrock
Nota: 3.5/5

Um deathrock com laivos góticos à Peter Murphy e Justin Sullivan, ritmado por bateria e riffs influenciados pelo post-punk, elevado a algum virtuosismo heavy metal nos solos e sempre muito ocultista.

Editora importante do underground que lança bandas de black e death metal, a Iron Bonehead Productions surpreendeu quando, em 2017, lançou o EP de estreia dos Rope Sect, um projecto de deathrock que destoa do catálogo. Contudo, isso não é mau, antes pelo contrário, pode ser bom variar e dar espaço a boa música, mesmo que não faça inteira parte da medula óssea de uma marca.

Três anos depois, o trio alemão lança finalmente o primeiro álbum “The Great Flood”, um trabalho que tanto é sensual como mórbido, suave por um lado mas distorcido por outro, esperançoso se nos focarmos nas guitarras mais luzidias mas condenado se nos deixarmos envolver pelo seu todo. Assim, ao longo de 10 novas faixas, experimentamos uma série de dicotomias que fazem sentido, que casam romanticamente a perdição urbana da noite com uma deambulação algo bucólica, que evocam uma solidão que só será completa com companhia – é todo um ambiente paradoxal que pode confundir uns, mas agradará a outros.

Lançado em 2020, “The Great Flood” é uma espécie de compêndio de outros tempos. Com uma assinatura que até se pode identificar como particular, os Rope Sect inspiram-se em nomes como Blue Öyster Cult, seguidos de Ghost e com nuances de New Model Army. Portanto, um deathrock com laivos góticos à Peter Murphy e Justin Sullivan, ritmado por bateria e riffs influenciados pelo post-punk, elevado a algum virtuosismo heavy metal nos solos e sempre muito ocultista.