Mad Max “Stormchild Child”
Reviews 19 de Agosto, 2020 Ricardo Agostinho
Editora: Steamhammer / SPV
Data de lançamento: 21.08.2020
Género: hard rock / heavy metal
Nota: 3.5/5
Os Mad Max fizeram o álbum que os fãs queriam ouvir.
Veteranos da cena heavy metal alemã de meados dos anos 1980, juntamente com nomes como Steeler e Darxon, os Mad Max estão de volta com o seu décimo terceiro longa-duração intitulado “Stormchild Rising”
“Hurricaned” e “Talk To The Moon” são os dois singles de abertura do álbum que introduzem a estética de hard rock melódico bastante característica da banda. Do ponto de vista instrumental, as faixas apresentam-se pujantes, com riffs musculados e solos virtuosos bem articulados com as dinâmicas da bateria. No entanto, os vocais de Michael Voss apresentam-se pouco efusivos e com alguma falta de ‘agressividade’ em relação aos registos anteriores da banda, principalmente os dos anos 1980. No caso da faixa “Hurricaned”, isso ainda é mais evidente devido à colaboração com Ronnie Romero, vocalista de Ritchie Blackmore’s Rainbow, que, com a sua voz rouca e robusta, acaba por ofuscar de certa forma a performance de Voss.
“Eyes of Love” e “Mindhunter” já nos apresentam uma dinâmica diferente, com Voss a conseguir furar o instrumental e a impor-se ao usar um registo mais in your face com recurso a falsete. Nesta última, há que destacar a conexão entre a guitarra-solo de Voss e a guitarra-ritmo de Jürgen Breforth na secção da bridge que, com um riff tão atraente, torna-se praticamente impossível para qualquer headbanger não abanar a cabeça.
Em “Ladies and Gentleman”, os Mad Max optaram por gravar duas versões. Se a primeira está num registo tradicional cantada em inglês, a segunda trata-se de uma colaboração com o músico alemão Detlev Jöcker e um grupo de estudantes de uma escola de música, desta vez cantada numa mistura entre alemão e inglês.
Um aspecto interessante deste “Stormchild Child” passa pela procura dos Mad Max em combinar diferentes elementos do hard n’ heavy. Enquanto “Rain Rain” nos traz um riff ’emprestado’ dos Judas Priest, sempre acompanhado por um double bass galopante, “Gemini” apresenta-nos uma sonoridade rock de arena mais próxima de uns Scorpions.
Já em “The Blues Ain’t No Stranger”, o destaque vai para o solo virtuoso, mas ao mesmo tempo melodioso, de Oz Fox, guitarrista dos Stryper que foi convidado para tocar na faixa. Apesar de não se tratar bem de um blues, a faixa dispõe de um riff que faz uso da técnica de slide bastante utilizada nesse estilo. “Take Her” coloca um ponto final na lista de convidados, tratando-se de uma cover dos Rough Cutt, mítica banda da Sunset Strip que contou na sua formação com nomes como Jake E. Lee ou Craig Goldy. No entanto, aqui o convidado é Paul Shortino, o vocalista original da banda. Esta é uma versão mais polida e mais produzida em relação ao original – fora isso não acrescenta nada mais de extraordinário.
A fechar o álbum temos “Busted”. A sua introdução dá a entender que vamos ouvir uma faixa mais prog. Porém, a entrada dos versos leva-nos outra vez pelos caminhos do hard rock melódico sem nunca de lá mais sair.
Ao fim e ao cabo, os Mad Max fizeram o álbum que os fãs queriam ouvir – segundo o guitarrista Breforth: «Na nossa última digressão falámos com fãs de diversos países todas as noites e descobrimos que eles não querem que nós experimentos coisas novas, eles querem ouvir exactamente o mesmo tipo de músicas pelas quais os Mad Max são conhecidos desde 1981.» É uma fórmula que traz estabilidade e longevidade à banda e, como tal, não os podemos censurar por isso.

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