Ihsahn “Telemark”
Reviews 11 de Fevereiro, 2020 Diogo Ferreira
Editora: Candlelight Records
Data de lançamento: 14.02.2020
Género: prog/black metal
Nota: 3.5/5
Mentor dos seminais Emperor, Ihsahn consagrou o seu nome com a banda mas também através de uma notável carreira a solo iniciada em 2006. Ao longo destes anos, o norueguês lançou sete álbuns que foram fugindo cada vez mais de sons black metal e indo em direcção a aspectos progressivos e experimentais.
Em 2020, Ihsahn quebra o constante lançamento de LPs para lançar dois EPs, sendo que o primeiro surge agora em Fevereiro e dá pelo nome de “Telemark”, a região de onde é oriundo.
Sabendo-se de antemão que este EP incide mais na veia black metal, brutal e agressiva do artista, a faixa inaugural “Stridig” faz jus às notícias, havendo, mesmo assim, algumas parecenças com o single “Lend Me the Eyes of Millenia” do álbum “Àmr” (2018).
“Nord” aproxima-se ainda mais do black metal devido a uma passada marcial e a riffs algo dissonantes que se entrelaçam eficazmente em si mesmos. Todavia, esta noção não é total porque é nesta faixa que se ouvem ainda mais os instrumentos de sopro, uma opção bem escolhida e fortemente utilizada no EP, proporcionando a ideia sempre plena de que Ihsahn pode ter black metal a correr nas veias mas que tenta sempre sair da prisão dogmática com que muitas vezes nos deparamos quando se fala nas bases desse subgénero do metal. Assim, “Nord” acaba por ser um tema que finaliza em modo positivo e elevatório.
Indo em frente, o tema-título, com quase oito minutos, funciona praticamente como uma execução épica que une uma bateria detalhada por diversos tempos e combinações a guitarras que tanto se fundem através de notas soltas como tornam a audição corrida através de leads que, por mais estranho que pareça, soam a inspirações orientais. Já os instrumentos de sopro podem evocar sensações do faroeste.
No fim ainda há espaço para as covers de “Rock And Roll Is Dead” (Lenny Kravitz) e “Wrathchild” (Iron Maiden), que deverão apenas servir para que Ihsahn saia da sua zona de conforto e mostre, a si e aos outros, do que é capaz no momento de trazer outras sonoridades à sua. O destaque vai para a reinterpretação do tema dos Iron Maiden em que os instrumentos de sopro ganham grande projecção, transformando “Wrathchild” numa música funky a fazer lembrar os filmes blaxploitation da década de 1960.
Agora é esperar pelo resto de 2020 para que Ihsahn lance o esperado segundo EP em que deverá explorar as suas facetas mais progressivas e experimentais, funcionando como oposto a “Telemark”.

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