Duro de roer e de absorver, este décimo álbum dos italianos não é para toda a gente.

Editora: Agonia Records
Data de lançamento: 08.05.2020
Género: black/doom metal
Nota: 3/5

Duro de roer e de absorver, este décimo álbum dos italianos não é para toda a gente.

Pioneiros do black metal depressivo, os Forgotten Tomb tencionam criar uma nova trilogia com “Nihilistic Estrangement”, um álbum que, à semelhança do anterior, é de difícil digestão. Muito como os suecos Shining fazem, a depressão que estes italianos pretendem transmitir está longe daquele DSBM bonito e meloso que algumas bandas, como Nocturnal Depression, elaboram. O que aqui ouvimos não tem qualquer ânimo ou elegância enternecedora, é simplesmente negro, profundamente inquietante e a melodia é rara, exceptuando a inaugural “Active Shooter” (doom metal de cariz mais melódico) e a faixa-título (com algumas inclinações ao post-metal).

Com temas algures entre os seis e oito minutos de duração, a novidade dos Forgotten Tomb é composta por riffs pesados e arrastados desprovidos de qualquer noção de salvação, e o caminho é rumo ao fundo do poço. Essencialmente doom metal, o trio acaba por incorporar as óbvia nuances de black metal, mas também um certo teor a heavy rock pestilento e despido de grandes artimanhas estilísticas, sendo nós abraçados por composições directas e uma produção analógica que soa fria e crua q.b..

Em suma, e engolindo lentamente cada faixa, o conceito lírico sobre isolamento, que se foca na recusa de se fazer parte do actual estado das coisas, está em plena consonância com o metal depressivo e misantropo deste “Nihilistic Estrangement”. Duro de roer e de absorver, este décimo álbum dos italianos não é para toda a gente.

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