Sonicamente gelado mas com o deserto como fundo, “Accursed Possession” é perfeita maldade, puro black metal da velha-guarda mas feito no Séc. XXI.

Editora: Debemur Morti Productions
Data de lançamento: 28.08.2020
Género: black metal
Nota: 3/5

Sonicamente gelado mas com o deserto como fundo, “Accursed Possession” é perfeita maldade, puro black metal da velha-guarda mas feito no Séc. XXI.

Com menos de cinco anos de existência, os Cultus Profano chegam ao segundo álbum através da conceituada Debemur Morti Productions, e, desde já, fique-se a saber que este não é um conjunto de músicas para almas suaves e ouvidos que primam pela audição de coisas simples. Isto é, “Accursed Possession” não é um disco tecnicamente complexo, mas será preciso fôlego para o ouvir do princípio ao fim sem queixumes – por outras palavras, tens mesmo de gostar de um tipo de black metal ortodoxo.

Sonicamente gelado mas com o deserto como fundo, “Accursed Possession” é perfeita maldade, puro black metal da velha-guarda mas feito no Séc. XXI. Endurecido e, ao mesmo tempo, atmosférico à custa das guitarras repetitivas que bebem muito de Mayhem e Bathory, este segundo trabalho dos norte-americanos é, apesar de bem produzido, nu de adornos modernos e superficiais, tendo-se a intenção de soar o mais ardente e breu possível, venenoso até, para se canalizarem feitiços e noções místicas alimentados a enxofre e mercúrio.

Porém, e por mais que percebamos o rumo que a dupla quer tomar, “Accursed Possession” peca por um sentido de repetição que se expande ao longo das sete faixas. Não que os riffs sejam maus – porque não são –, mas porque o método é pouco, ou nada, diversificado, originando-se uma audição que parece igual do princípio ao fim. Provavelmente, uns golpes de melodia e harmonia tornassem tudo um pouco melhor, mas assim talvez Cultus Profano deixasse de ser Cultus Profano – e, pelo menos, temos de louvar a intransigência.

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