Carach Angren: a história de “Franckensteina Strataemontanus” por Ardek
Artigos 26 de Junho, 2020 Diogo Ferreira


Com um novo álbum vem uma nova história, e nisso os Carach Angren são exímios, ombreando com o mestre do terror King Diamond.
Recuperando Conrad Dippel (1673-1734), um alquimista, teólogo e médico alemão conhecido por utilizar técnicas bizarras, que inspirou Mary Shelley (1797-1851) a escrever “Frankenstein” (1818), os holandeses acabam por se inspirar em ambos de modo a criarem mais uma narrativa com assinatura e reviravoltas muito próprias que combinam factos e ficção.
A Metal Hammer Portugal falou com Clemens “Ardek” Wijers, teclista e orquestrador da banda holandesa, permitindo-nos obter uma visão mais aprofundada do novo trabalho “Franckensteina Strataemontanus”.
«A história consiste em factos (históricos) e ficcionais. A ideia principal é que Dippel queria viver para sempre e, na sua missão, tentou criar um elixir para o realizar. O álbum começa com a história fictícia de um rapaz a brincar na floresta perto de Darmstadt. Na minha mente, isso terá acontecido nos anos 1980. O rapaz adoece depois de sair da floresta, morre e os pais enterram-o. Ele regressa do túmulo e come a sua família. Esta é a introdução e a primeira faixa. Portanto, é uma apresentação, como fizemos em “Death Came Through a Phantom Ship” [2010]. Nas faixas seguintes, “Franckensteina Strataemontanus” e “The Necromancer”, obtém-se uma introdução ao mundo interior de Dippel – as suas experiências e trabalho laboratorial.
Em “Sewn for Solitude”, abordamos o mundo interior de uma das criações de Dippel, nomeadamente um monstro que tem de se esconder na floresta. Isso levanta a questão sobre quem é responsável pelo sofrimento. O monstro, o seu criador ou ambos?
Na faixa “Operation Compass” saltamos para a Segunda Guerra Mundial, no Norte da África, para ser mais preciso. Descobri que Dippel inventou um óleo – o ‘óleo ósseo’. É feito de ossos de animais e cheira muito mal. As forças britânicas foram instruídas para usar esse óleo para envenenar os poços de água em caso de recuo durante a batalha. Encontrei essas informações em documentos oficiais do governo; portanto são informações factuais. Fiquei fascinado por isso, porque significava que algo que Dippel criou séculos antes era basicamente usado como arma química. Na música, levamos a ideia muito mais longe e exageramos, implicando que os poços foram envenenados, permitindo que as forças demoníacas de Dippel aparecessem e ressuscitassem soldados mortos numa extravagância de zombies.
Depois passamos para “Monster”, uma faixa que levanta a questão sobre o que realmente é um monstro. Basicamente, é uma pergunta em aberto para o ouvinte pensar.
“Der Vampir von Nürnberg” foi fortemente investigada por Seregor [voz] e conta a história de Kuno Hofman, condenado por matar duas pessoas há algumas décadas. Também foi acusado de ter sexo com cadáveres e beber o seu sangue. Ligámos a sua história a Dippel, dizendo que ele se inspirou nos escritos de Dippel.
Depois voltamos ao laboratório e às experiências de Dippel. Ele consegue criar o elixir da vida, bebe-o e torna-se imortal. Existe apenas um problema: o seu corpo continua a deteriorar-se, mas a sua alma vive para sempre, estando ligada à sua carne podre. A única maneira de escapar é infectar um corpo novo. E assim ligamos a última música à primeira. Dippel infectou o rapaz, e é por isso que ele morreu e voltou da sepultura. Portanto, as faixas de abertura são realmente as últimas da história e formam um fim em aberto.»

Metal Hammer Portugal

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