Blues Pills “Holy Moly!”
Reviews 13 de Agosto, 2020 Diogo Ferreira
Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 21.08.2020
Género: blues rock / heavy rock
Nota: 4/5
Os Blues Pills oferecem-nos mais uma dose de medicamentos, mas desta vez de forma mais solta, mais arcaica (no bom sentido) e mais crua.
De pequenos bares apinhados a festivais de relevo, a ascensão dos Blues Pills foi rápida. Assim, começaram a passar as primeiras receitas com o álbum homónimo de 2014, mas foi com “Lady In Gold” (2016) que estes médicos do blues surpreenderam realmente tudo e todos.
Cerca de quatro anos depois, a banda de Elin Larsson e Zack Anderson (que agora passa do baixo para a guitarra devido à saída de Dorian Sorriaux) oferece-nos mais uma dose de medicamentos, mas desta vez de forma mais solta, mais arcaica (no bom sentido) e mais crua. Enquanto “Lady In Gold” foi um disco de blues rock compacto e directo praticamente na sua totalidade, com este “Holy Moly!” o quarteto abre as asas da imaginação criativa e liberta-se de quadraturas pré-concebidas.
Para além do blues rock e do psicadélico, os Blues Pills adicionam também mais heavy rock do que nunca, como se pode ouvir nas iniciais “Proud Woman”, “Low Road” e “Dreaming My Life Away”, três músicas poderosas que demonstram o peso que a banda pode fornecer e, ao mesmo tempo, três momento bastante autobiográficos.
Num alinhamento equilibrado entre agressividade rock e suavidade, faixas como “California”, “Wish I’d Know” e “Longest Lasting Friend” trazem a Elin Larsson de composições antigas, como “I Felt a Change”, mas desta vez numa toada mais obscura e hollywood noir em detrimento de um certo romantismo passado, mesmo para conseguirmos imaginar a vocalista sueca vestida de vermelho e semi-deitada em cima dum piano de cauda preto enquanto um holofote lhe abrilhanta o batom e os olhos semicerrados trespassam o fumo denso do tabaco.
Ajudados pelo sucesso que têm obtido nos últimos anos e astutos no uso duma vivência de estrada que lhes pode originar novas experiências na sala de ensaio, os Blues Pills não só se soltam e, em certa medida, voltam às raízes, como ainda adicionam novos componentes à medicação com o funk de “Kiss My Past Goodbye” e a atmosfera Pink-Floydiana da proggy “Song From A Mourning Dove”.
Para além de Zack Anderson se mostrar um guitarrista diversificado, que consegue dar ao seu instrumento roupagens que vão do rock duro ao fuzzy e ao sensual quase silencioso, e de André Kvarnström conseguir ser tão metódico como louco na bateria, é a voz de Elin Larsson que obtém uma grande fatia das vitórias conseguidas neste disco ao apresentar-se numa forma estupenda e mais evoluída do que antes, ao exibir o perfume soul de um casino bem frequentado que se casa muitas vezes com o berro orgânico e natural de quem canta na rua ou onde tiver que ser.

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