Conhecidos pela sua paixão pelo horror, o par norte-americano Bloody Hammers homenageia o culto pelo cinema de terror/horror.

Editora: Napalm Records
Data de lançamento: 28.06.2019
Género: gothic/doom metal
Nota: 3.5/5

Conhecidos pela sua paixão pelo horror, o par norte-americano Bloody Hammers homenageia o culto pelo cinema de terror/horror com faixas que usam títulos iguais ou parecidos aos cinematográficos. Logo a começar, “Let Sleeping Corpses Lie”, que tem toda uma ligação à película de 1974, evidencia um desenvolvimento sónico em Bloody Hammers ao termos um tema épico, aberto e muito catchy. É verdade que a noção cativante já existia em álbuns anteriores numa ou noutra ocasião, mas está agora mais proeminente, o que se reflecte na seguinte “Now the Screaming Starts” (inspirada no filme “And Now the Screaming Starts!”, de 1973) com o refrão mais orelhudo de todo o álbum. A quarta “Fire in the Dark” promove outra revelação sonora ao ouvirmos um tema com uma veia thrashy, não só na guitarra mas também na aplicação vocal de Anders Manga.

Mesmo não havendo tanto The Cure e Type O Negative como aconteceu em “Lovely Sort of Death” (2016), encontramos uma alusão a Peter Steele, por altura de “Bloody Kisses”, na quinta “The Beast is Coming Out” em que estamos obviamente a tratar de assuntos obscuros e noctívagos, mas sentindo sempre um feixe solarengo – estranho, mas possível. Sendo esta uma das faixas mais lentas do disco, é também nela que melhor absorvemos os teclados assombrosos e assombrados de Devallia que tanto, mas tanto, bebem das bandas-sonoras dos flicks mais horripilantes que possamos recordar.

“Welcome to Darkness” é um tema horizontalmente gothic rock, “Tales that Witness Madness” (em alusão ao filme de 1973) volta a imprimir um ritmo thrashy muito orelhudo em mais um bom refrão, “Condemned, The Prisoner” põe-nos, nos momentos iniciais, a imaginar o universo de Johnny Cash através do seu balançar country e “From Beyond the Grave”, numa cadência a passo meio acelerado, presta tributo ao one and only FW Murnau que, com o seu cinema expressionista, nos deu filmes como “Nosferatu”, “Faust: Eine deutsche Volkssage” e “Sunrise: A Song of Two Humans”.

Se o EP “The Horrific Case of Bloody Hammers” (2017) desiludiu e fez perguntar onde estavam os Bloody Hammers de “Lovely Sort of Death”, então “The Summoning” repõe a dupla onde ela deve estar, que é entre as bandas, neste caso de doom/gothic, que constroem músicas que ficam no ouvido e que, algumas, têm de ser obrigatoriamente revisitadas de tempos a tempos.

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