Há uma pergunta que vai continuar a pairar no ar: até quando é que os Airbourne se vão conseguir manter na linha da frente... Airbourne “Boneshaker”
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Editora: Spinefarm Records
Data de lançamento: 25.10.2019
Género: hard-rock
Nota: 3.5/5

“Em equipa vencedora não se mexe” é uma das expressões mais utilizadas no vernáculo futebolístico e que cai que nem ginjas nos Airbourne, isto porque, álbum após álbum, os australianos têm vindo a apresentar uma fórmula constante, que ao olhar de alguns críticos já se torna entediante, mas que para os fãs da banda se torna numa espécie de porto-de-abrigo sem surpresas.

O novo álbum “Boneshaker” não foge à excepção, sem grandes artifícios vai directo ao assunto; isto é, 30 minutos de rock n’ roll à moda antiga, em que os riffs de guitarra falam mais alto e o groove do baixo e da bateria tornam impossível não praticar a nobre arte do headbanging.

Neste novo registo, os Airbourne mantêm uma abordagem bluesy, patente em faixas como “This Is Our City”, “She Gives Me Hell” ou “Weapon Of War”, com cadências rítmicas mais lentas e marcadas que contrastam com a galopada frenética apresentada nos temas “Switchblade Angel” e “Rock ‘N’ Roll For Life”. Já em “Blood In The Water” é impossível não estabelecer uma analogia com o tema “Sweating Bullets” dos Megadeth, levando a crer que o grupo de Dave Mustaine foi a principal influência na composição desta faixa. Em termos líricos, o álbum não apresenta grandes inovações em relação aos anteriores, com a banda a optar por continuar a abordar as temáticas cliché assentes no lema “sexo, drogas e rock n’ roll”. O destaque vai mesmo para o tema “Blood In The Water”, com a sua narrativa que mais parece extraída de um thriller de Alfred Hitchcock.

Este que é o sexto álbum do grupo traz também algumas mexidas na formação, pois é o primeiro a contar com o novo guitarrista ritmo Matt ‘Harri’ Harrison, que entrou para o grupo em 2017, para substituir David Roads. Já Joel O’Keeffe, o carismático líder, continua igual a si próprio, com voz arranhada e uma energia contagiante que só é superada nos concertos ao vivo.

Naturalmente também não podiam ficar de fora as já habituais comparações com os AC/DC, visto que terá sido a partir daí que os Airbourne conseguiram obter uma maior notoriedade. Neste “Boneshaker” voltam a aparecer algumas similaridades sonoras com as músicas do grupo dos irmãos Young, como é o caso das malhas “Sex To Go” e “Backseat Boogie”, em que a semelhança entre a voz de Joel O’Keeffe e Bon Scott não parece ser mera coincidência.

Comparações à parte, este “Boneshaker” é mais um álbum positivo na discografia dos Airbourne e que certamente irá agradar aos fãs mais acérrimos dos australianos. No entanto, há uma pergunta que vai continuar a pairar no ar: até quando é que os Airbourne se vão conseguir manter na linha da frente do hard-rock? Só o tempo o dirá.

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