Primal Fear “Metal Commando”
Reviews 20 de Julho, 2020 Caio Bueno
Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 24.07.2020
Género: power metal
Nota: 4.5/5
“Metal Commando” é definitivamente um dos melhores trabalhos dos Primal Fear nos últimos anos.
A Alemanha sempre foi um país conhecido mundialmente por exportar excelentes bandas de heavy metal, e, sendo assim, a história dos Primal Fear confunde-se com todo o reconhecimento ao país.
Formados em 1997, desde então têm vindo a trilhar um caminho de muito sucesso, com poucos baixos na carreira, o que é algo raro em grupos com a esta longevidade. Mas a chave para o sucesso dos alemães é a excelente união entre o vocalista Ralf Scheepers e o baixista Mat Sinner.
O novo álbum “Metal Commando” marca o 13º longa-druação da banda, e o terceiro trabalho com o trio de guitarristas: Alex Beyrodt, Magnus Karlsson e Tom Naumann, este último que regressou à banda em 2015 após ter ficado de fora durante oito anos. Este é também o primeiro material lançado com o baterista Michael Ehré (Gamma Ray) que se juntou ao grupo em 2019.
Com a excelente selecção descrita acima, seria quase impossível lançar-se um trabalho mau, e o título do álbum faz jus à sua magnitude!
A primeira música “I Am Alive” inicia com um excelente riff de guitarra que possui uma sonoridade mais melódica, criando um clima de expectativa. Em seguida, o instrumental pesado e característico dos Primal Fear toma forma e as vozes de Scheepers enchem a música. É isto: ficamos hipnotizados logo que ouvimos o refrão, os excelentes solos e a cozinha de baixo e bateria.
“Along Came The Devil” começa mais como power metal e o seu decorrer é de um heavy metal mais directo e com direito aos clássicos agudos de Ralf. “Halo” é uma das faixas mais power metal do álbum, tendo bateria rápida, linhas de baixo épicas e toda a sonoridade das guitarras que uma música do estilo deve ter!
Na sequência, “Hear Me Calling” é um misto de balada com partes eléctricas e com uma letra muito interessante, principalmente se quem nos estiver a ler tocar música! Acredita-se que haverá uma identificação por parte dos fãs artistas. Esta faixa já demonstra uma sonoridade mais cadenciada em alguns momentos e a utilização de timbres limpos da guitarra, criando uma ambiência interessante e que atinge o seu ápice no refrão: «Hear me calling, hear me crying for ya, all my journey, thirty-thousand feet above the ground, a million miles away». É definitivamente uma das melhores músicas do álbum.
Após este momento mais emotivo, os alemães colocaram no alinhamento duas canções brutas que vão fazer os ouvidos sangrarem! “The Lost & Forgotten” e “My Name Is Fear” quebram o clima criado na faixa anterior e oferecem uma sonoridade extremamente agressiva, com muito peso e energia.
Depois, com a excelente balada “I Will Be Gone” chegamos a um dos momentos mais calmos do álbum – e embora seja musicalmente simples, é brilhante! Como música acústica, possui apenas uma guitarra, as vozes de Ralf e eventualmente alguns backing vocals, sons ambiente e percussão. “I Will Be Gone” origina várias emoções e acredita-se que talvez seja uma das melhores baladas da história dos Primal Fear.
Será também preciso fazer-se um comentário sobre as escolhas da músicas e as sequências das mesmas no alinhamento, porque a forma como ficaram distribuídas é óptima! O álbum é dinâmico, não é cansativo e tem bastante variação entre faixas. Sendo assim, a tríade “Raise Your Fists”, “Howl Of The Banshee” e “Afterlife” é exactamente aquilo que se espera dos mestres do heavy metal alemão: porrada na cara, ouvidos a sangrar, vozes agudas, riffs pesados e rápidos, um excelente trabalho melódico das guitarras e uma precisa cozinha do baixo e bateria.
Chegamos “Infinity”, que encerra o trabalho, mas não fiquemos aborrecidos – esta é a faixa mais longa de toda a carreira da banda, perfazendo cerca de 13 minutos de muito heavy metal, melodias, diferentes ambientes e uma letra impecável. A música começa como balada ao som de sinos e uma tempestade, o que definitivamente cria um clima para a sua primeira parte – que é mais calma e com melodias tristes. Progressivamente, vai crescendo e tornando-se mais metal, com guitarras distorcidas, rápidos riffs e vocais mais agressivos. Então, alterna-se para momentos mais cadenciados, com belas orquestrações e encerra com um excelente trabalho melódico do trio de guitarras.
“Metal Commando” é definitivamente um dos melhores trabalhos dos Primal Fear nos últimos anos, e a adição dos três guitarristas confirmou que traz uma excelente qualidade para a banda! O já conhecido Michael Ehré mostrou ter sido uma óptima escolha para ocupar o posto de baterista, pois as linhas são impecáveis e há muita criatividade vinda daí. É desnecessário citar a importância e competência de Ralph Scheepers e Mat Sinner, mas a dupla conseguiu novamente criar uma obra-prima.

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