Passaram-se 25 anos desde o lançamento do terceiro longa-duração dos Kyuss, "Welcome To Sky Valley", um disco seminal que estabeleceu os padrões do movimento...

«”Welcome To Sky Valley” tornou-se no núcleo e na génese do stoner e do desert rock.»

Passaram-se 25 anos desde o lançamento de “Welcome To Sky Valley”, o terceiro longa-duração dos Kyuss, um disco seminal que estabeleceu os padrões do movimento stoner rock da década de 1990.

Já sem Nick Oliveri no baixo – seria Scott Reeder a assumir esse papel -, “Welcome To Sky Valley” provava não só que os Kyuss conseguiam sobreviver à perda de um músico qualificado e essencial como era Oliveri, como eram igualmente capazes de elevar a fasquia e dar seguimento à onda de lançamentos de estatuto clássico. A restante formação era composta pelos icónicos Josh Homme (guitarra), John Garcia (voz) e Brant Bjork (bateria).

A maldição deixada pela saída de Nick Oliveri depois de “Blues for the Red Sun”, de 1992, continuaria a perseguir a banda, e “Welcome To Sky Valley” seria o último disco em que Josh Homme e Brant Bjork trabalhariam juntos. A dupla Homme e Garcia ainda sobreviveria para a edição de “…and the Circus Leaves Town”, em 1995, mas a banda anunciava o seu fim no ano seguinte, sendo ressuscitada em 2010 sob o nome de Kyuss Lives! e posteriormente como Vista Chino, devido a um processo de Josh Homme e Scott Reeder contra John Garcia e Brant Bjork por considerarem ser uma violação da marca e fraude contra o consumidor.

Em declarações à Metal Hammer, John Garcia afirmou que “Welcome To Sky Valley” «era o bebé de Josh [Homme]». «Foi um disco especial para ele e acho que ainda é o seu disco favorito. Foi aquele onde mais esteve envolvido.»

«O Josh e o Brant Bjork a trabalhar em conjunto… Era algo especial. Se tivessem conseguido resolver as suas diferenças e continuado a trabalhar juntos… Eu limitava-me a observar. O Josh era um mestre naquilo que fazia. Quando me mostrou os temas “Supa Scoopa and Mighty Scoop” ou quando o Brant apareceu com “Whitewater”, apaixonei-me logo.»

Se o antecessor “Blues for the Red Sun” surgia numa altura em que as rádios e as revistas eram dominadas pelo grunge dos Nirvana, “Welcome To Sky Valley” vê os Kyuss darem seguimento à sua intenção de remar contra a maré e a solidificarem uma sonoridade que seguia os passos dos Leaf Hound, Buffalo ou até dos Black Sabbath. Com o peso do groove, uma estrutura básica e simplificada, ritmos derivados do punk e os distorcidos e poderosos riffs de uma guitarra suja, “Welcome To Sky Valley” tornava-se assim no núcleo e na génese do stoner ou do desert rock, fazendo dos Kyuss uma das principais referências mundiais que perdura dentro do género até aos dias de hoje e que continua a ter um impacto tremendo na música moderna.

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