Compositor, dono de uma voz marcante, ex-vocalista de Angra e actualmente à frente de Almah, Edu Falaschi acumula 20 anos de carreira e é...

Compositor, dono de uma voz marcante, ex-vocalista de Angra e actualmente à frente de Almah, Edu Falaschi acumula 20 anos de carreira e é reconhecido globalmente. Em entrevista à Metal Hammer Portugal, Edu fala sobre o legado nos Angra, o lançamento do projecto “Temple of Shadows in Concert” e os planos para o próximo ano.

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Sobre o longo período de quarentena, Edu conta como passa o tempo livre: «Estou a gravar um disco novo, estou em estúdio. Era o que já estava programado, ficar em casa e gravar o novo disco, portanto a minha rotina não mudou durante a quarentena.» Questionado a olhar para os 30 anos de carreira e a citar os pontos mais marcantes, Edu pensa bastante e diz ser uma questão difícil de analisar. «Aprendi a actuar no mercado musical, sendo um cantor brasileiro, a cantar heavy metal em inglês. Aprendi a trabalhar com isso. Aprendizagem foi o mais importante. Momentos bons, tive vários com Angra, as viagens ao Japão. Uma carreira bastante consolidada por lá. Também tive bons momentos com Almah. É difícil escolher um. Mas não posso deixar de dizer que o melhor momento é o actual. O meu regresso com uma carreira bem resolvida, está a ser um momento mágico.»

Actualmente, Edu Falaschi está a trabalhar em “Temple of Shadows in Concert”, que será lançado brevemente. Por enquanto só foi lançado no Japão. Trata-se de um DVD do concerto gravado em 2019, que celebra os 15 anos do disco “Temple of Shadows” e os tempos em Angra, com uma grande orquestra e convidados como Sabine Edelsbacher (Edenbridge), Kai Hansen (Helloween) e Michael Vescera (ex-Malmsteen). «Convidei muitos músicos, pessoas que acho importantes na minha vida.» A gravação do DVD aconteceu num concerto lotado numa grande casa de espectáculos em São Paulo. A ideia surgiu através do empresário de Edu, que falou em realizar algo para se comemorarem os 15 anos do disco – foi um ano de muito planeamento, para se criar algo grandioso. «Era um sonho dos fãs de Angra: um DVD especial do “Temple of Shadows”, e foi uma forma de dar um presente a todos os fãs que me apoiam durante estes anos.» Junto com o DVD, Edu lançou duas músicas inéditas: “Streets of Florence” e “The Glory of the Sacred Truth”.

«Ouvi do Joe Lyn Turner que não podia abandonar o legado com Angra.»

Um facto inusitado, que fez Edu repensar a sua carreira e focar-se nas músicas de Angra, aconteceu numa digressão pelo Peru. O produtor do evento contratou Edu Falaschi e queria que ele cantasse apenas músicas do tempo de Angra, mesmo com Edu a querer levar Almah, a sua banda na altura. Após o concerto, Edu foi jantar e encontrou Joe Lyn Turner, quem não conhecia mas que achou demais os fãs animados a cantarem todas as músicas. «Ouvi do Joe Lyn Turner que não podia abandonar o legado com Angra. Num momento, o Joe perguntou se podia dar-me um conselho, e disse: ‘Pá, estás a ser estúpido. A tua história é com Angra, é o teu legado, a tua vida, já és um tipo velho, tens que aproveitar a tua história.’ Então, fiquei a pensar e percebi que ele tinha razão.»

Após o encontro, Edu voltou ao Brasil focado em fazer carreira solo, em que está a revisitar músicas dos Angra e outras da sua carreira. «Não dá para fugir disso, é a minha história, e a maioria das música fui eu quem compôs. Muitos artistas saíram da banda e foram fazer carreira a solo. Os fãs querem ouvir o cantor a cantar os clássicos.» Edu estava entretante em digressão pelo Brasil com a Moonlight Celebration, que teve de ser cancelada devido à pandemia. «Era um projecto lindo, em que faço releituras da minha carreira com músicos de jazz em versões acústicas com piano, sax, viola, etc.. Os que aconteceram foram maravilhosos – teatros cheios, o público a ver algo diferente –, até que veio essa coisa do coronavírus e tive de parar tudo.» Para o futuro, Edu planeia lançar o novo álbum de inéditos em Março de 2021 e realizar uma digressão. No próximo ano também completa 30 anos de carreira e 20 anos do clássico disco dos Angra, “Rebirth”. «O ano que vem trará muitas novidades, sigam-me nas redes sociais e acompanhem o meu trabalho», conclui.

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