Despised Icon “Purgatory”
Reviews 13 de Novembro, 2019 João Franco
Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 15.11.2019
Género: deathcore
Nota: 3.5/10
Ao sexto trabalho de originais, com um hiato de alguns anos pelo meio entre 2010 e 2014, os Despised Icon, um dos ícones do deathcore, passe-se o trocadilho, voltam a mostrar por que são um dos nomes a ter em conta no cenário da música extrema. Neste “Purgatory”, o grupo do Québec vai directo ao assunto, não se alongando muito nos seus temas. “Purgatory” começa com uma pequena introdução, “Dernier Souffle”, em tom totalmente melódico, chill-out até, preparando-nos para o prato principal que se segue. O segundo tema, aquele que dá o nome ao álbum, traz-nos o deathcore pelo qual os Despised Icon se tornaram conhecidos, com Alex Pelletier a brilhar na bateria e Steve Marois e Alex Erian a partilharem os vocais, fazendo lembrar nomes como Cannibal Corpse e Vital Remains com Hatebreed à mistura. De uma faixa chamada “Light Speed” já temos uma ideia do que esperar: blast-beats e grande velocidade em geral. A faixa acalma para ganhar algum groove, marcado pelo uso de samples e pelo grande trabalho nos bombos de Alex. “Slow burning” é uma das melhores composições do álbum – mais um soberbo desempenho de Alex na bateria, alternando blast-beats com momentos de grande groove e onde funciona muito bem a dupla de vocalistas dos Despised Icon.
“Snake in the Grass” soa muito contemporânea, lembrando por vezes os momentos mais pesados de uns Slipknot graças aos vocais de Alex Erian, antes de entrar por um caminho de groove onde também se destaca de tempos a tempos o baixo de Sebastien Piché e o duplo bombo de Pelletier, ora lento, ora como um relâmpago preciso.
“Vies d’Anges”, cantada em francês, pisca um olho ao grindcore de uns Brutal Truth, misturando com este muito groove. As guitarras de Eric Jarrin e de Ben Landreville debitam riffs cheios de ritmo, alternando por todas as velocidades. “Moving On” é um momento excelente deste disco e também a faixa mais longa, com um início cinemático e doses muito generosas de ritmo e o trabalho de mestre de Pelletier no kit de bateria. Os ouvintes são até brindados com um curto solo de guitarra, raridade neste álbum. “Unbreakable” abre com tudo o que os Despised Icon têm, sendo mais death do que hardcore. O baixo e a bateria mostram o tecnicismo dos seus executantes, aumentando o groove e encaminhando a música para um final mais contido em termos de velocidade.
“Apex Predator” e “Legacy” passam e não deixam grandes memórias, e para terminar “Dead Weight”, mostrando toda a velocidade da banda, alternando com alguns momentos melódicos e um bom solo de guitarra que nos transporta quase para a sonoridade de uns Amon Amarth, finalizando com o duelo das guitarras de Eric e Ben. Neste “Purgatory”, os Despised Icon continuam a sua senda pelo caminho do deathcore, permanecendo um dos expoentes do género e acrescentando pequenas pitadas de frescura musical, embora haja momentos que rapidamente fogem da memória. Em termos de execução, os Despised Icon nunca comprometem e têm momentos de alta qualidade neste álbum, como “Slow Burning”, “Moving On” e mesmo “Dead Weight”, que merecem ser ouvidos, mas é um estilo que se arrisca a esgotar-se rapidamente, não obstante o esforço dos Despised Icon.

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