Género: post-metal / post-rockOrigem: FrançaÚltimo lançamento: “A View” (2019)Editora: independenteLinks: Facebook | BandcampEntrevista: Soraia Almeida | Review: Diogo Ferreira O primeiro álbum dos franceses...

Género: post-metal / post-rock
Origem: França
Último lançamento: “A View” (2019)
Editora: independente
Links: Facebook | Bandcamp
Entrevista: Soraia Almeida | Review: Diogo Ferreira

O primeiro álbum dos franceses Ceild intitula-se “A View” e provocará em quem ouve uma viagem emocional e espiritual em modo post-metal e post-rock.

«Olhamos para o álbum como um exercício de introspecção.»

Objectivos: «Com o álbum “A View” queríamos que os ouvintes fizessem uma viagem emocional e espiritual. Era óbvio que a música instrumental era a melhor maneira de vos deixar criar o vosso próprio universo paralelo e as vossas próprias histórias através deste álbum. A música de Ceild foi repensada, para oferecer mais detalhes e com uma atmosfera envolvente, que pode ser interpretada de distintas maneiras por pessoas diferentes. Esse era o nosso objectivo. Recorremos a imagens, metáforas e paisagens como via de inspiração para construir a nossa música. Isso levou-nos também a estruturar os temas e as nossas próprias emoções. Queremos realmente levar o público por uma viagem repleta de emoções. Muitos fizeram essa viagem nos concertos ou quando ouviam o álbum. Essa é, provavelmente, uma das coisas mais gratificantes e importantes para nós.»

Conceito: «Olhamos para o álbum como um exercício de introspecção, tal como o nome indica: “A View… From the Inside”. As emoções são alteradas consoante aquilo que sentimos e o que nos rodeia. Influenciam também a nossa percepção, no que acreditamos e o que está dentro de nós. São esses os contrastes emocionais que queríamos representar com este álbum. Desejávamos que cada música tivesse algo de especial. Por exemplo, a música “Sailed” é sobre uma pessoa que viaja nos seus pensamentos, mas, ao mesmo tempo, vê projectado tudo o que sente na sua própria direcção. Fizemos um videoclipe para essa música, onde vemos muitas paisagens; algumas são celestiais e chamam por uma certa serenidade, enquanto outras retratam uma mente num estado mais obscuro e opressivo.»

Evolução: «Para a criação de Ceild (éramos Laniakea no passado), trouxemos as nossas guitarras e começámos a tocar e a compor riffs. A composição flui de uma forma natural, nunca forçamos um caminho em relação às novas composições. A nossa música vem da nossa essência e da vontade em expressá-la. Estamos a compor de forma muito genuína, como se se tratasse de um esboço de uma criança, seguido de uma inspiração natural. Temos a certeza que evoluímos para um som mais orgânico desde o primeiro álbum. Gostamos do resultado e queremos aprofundar ainda mais.»

Composição: «Gravámos o álbum com a ajuda dos Hypno5e. O Théo Bègue tocou bateria e o Jonathan Maurois gravou as guitarras e também organizou a intro da música “Vibration”. As suas personalidades afectaram de uma forma considerável o som final do álbum. Foi uma experiência extraordinária trabalhar com eles e estamos muito agradecidos por isso. Além deles, os nossos membros têm influências bastante distintas, e, com o passar do tempo, continuamos a estar receptivos a uma profunda exploração de outros universos musicais. Gostamos de transferir todas as emoções para além do que a música tem para nos oferecer, apesar de todos os géneros aos quais podemos estar associados! O Esteban e o Antoine entraram em Ceild no ano passado e ainda não tivemos a oportunidade de compor uma música do início ao fim. Estou bastante curioso para ver como as suas tão características composições e atmosferas conseguem interligar-se com a nossa música – espero, ansioso, por esse momento!»

Futuro: «Tivemos alguns problemas pessoais, promocionais e de tour durante o ciclo de “A View”, aquando do lançamento. Ter uma banda independente e cuidar de todos os aspectos – como promoção, composição ou booking – ao mesmo tempo é algo permanente. A oferta musical de hoje em dia é ampla; promover a tua própria música não é tão óbvio e fácil quanto parece; às vezes precisamos de cair para chegar ainda mais longe. Vamos dar o tempo que precisarmos para compor e construir um plano que nos permita evoluir na direcção que queremos. Os problemas que enfrentamos não vão ser impedimento; na realidade, já temos bastante material e em breve vamos preparar um novo lançamento! Não podemos adiantar mais sobre o assunto, mas estamos muito optimistas e cheios de energia para pôr em prática alguns projectos futuros.»

Review: Por vezes esquecemo-nos, mas a França é um ninho de bandas post-rock / post-metal. Uma delas é Ceild, que tem em “A View” o primeiro disco lançado na abertura de 2019. Com este quarteto somos encarreirados a experimentar emoções ondulantes que funcionam como um só no conjunto de todos os instrumentos, exceptuando quando os leads ecoados avançam. Se gostas de bandas como Russian Circles, então Ceild é um grupo ao qual terás que dar uma oportunidade.

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