Tarantula: «Fazemos a música que gostamos e com honestidade»
Entrevistas 28 de Abril, 2021 Metal Hammer


Dizer heavy metal português ou Tarantula é praticamente a mesma coisa. Uma e outra são um só. A comemorar 40 anos de existência, e após um hiato de lançamentos que durou 11 anos anos, a banda nortenha, comandada pelos irmãos Barros (Paulo na guitarra, Luís na bateria) e completada pelo baixista José Aguiar e pelo vocalista Jorge Marques, avança com o novo disco “Thunder Tunes from Lusitania”.
Em conversa com a Metal Hammer Portugal, Jorge Marques fala numa positiva ausência de pressão e do curso natural das coisas quanto a esta década entre “Spiral of Fear” e “Thunder Tunes from Lusitania”.
E se heavy metal português é sinónimo directo de Tarantula, também o álbum “Kingdom of Lusitania” o é. Inevitavelmente, devido às semelhanças entre o título de 1990 e de 2021, não deixamos de fazer uma certa ligação entre conceitos, mas a sonoridade ganha agora novos contornos. Mais hard rock do que heavy metal, mas sem nunca deixar de o ser, “Thunder Tunes from Lusitania” exalta-se por aspectos mais experimentais e fora-da-caixa, mesmo que não se tenha perdido a noção estrutural de canção, quando em retrospectiva passamos os ouvidos pela discografia da banda. Jorge Marques sublinha o equilíbrio e, novamente, a naturalidade que surge com o amadurecimento do quarteto.
Ouvindo-se os versos cantados por Jorge Marques, fica a percepção de que o vocalista pretendeu, por entre diversas nuances relacionadas a consciências e tempos de incerteza, dar uma toada autobiográfica, introspectiva e retrospectiva ao conceito lírico do álbum. Não errámos. E se queres ficar a saber muito mais sobre o percurso de Jorge, desde Mac Zac à actualidade, então a próxima resposta é ideal.
Mais profundamente quanto à tal biografia presente em “Thunder Tunes from Lusitania” relevam-se temas como “The Flame Is Still Alive”, um dos mais orelhudos e honestos do alinhamento. Jorge Marques comenta esta dedicatória sónica aos fãs, frisando a verdade, a sinceridade e a entrega que a sustenta.
Abertos e afáveis, os Tarantula, do alto das suas quatro décadas de existência, já viram e fizeram muito. O crescimento e as melhorias não acontecem só ao nível técnico e prático, mas também, e muito importante, humano. Nem sempre satisfeitos com o passado, até porque «a perfeição é uma utopia», membros do colectivo, como o próprio Jorge Marques, têm demonstrado humildade e autocrítica na hora de falarem de si. O vocalista refere o crescimento comum no seio dos Tarantula, sempre no limbo do sucesso e do insucesso, dois lados da mesma moeda que fazem parte da evolução.
Com passagem por selos como a AFM Records, mais ligada ao metal melódico e ao hard rock, os Tarantula vêem-se agora no catálogo da Larvae Records, uma editora sobejamente conhecida pela distribuição do death metal. Tendo-se em conta a ligação mais pessoal a nomes como o de Zé Pedro (da própria Larvae Records e membro de bandas como Holocausto Canibal e Grunt) e toda a proximidade geográfica, não deixa de ser engraçado verificar a dicotomia entre uma banda mais tradicional e uma editora que anda de mãos dadas com os sons mais putrefactos. Num processo que funciona como uma punchline de uma boa piada, que nos faz bem e diversifica, Jorge Marques comenta a união entre Tarantula e Larvae Records.
“Thunder Tunes from Lusitania” dos Tarantula tem data de lançamento a 1 de Maio de 2021 pela Larvae Records.


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